segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ácido Hialurônico - (C14H21NO11)n

Ácido hialurônico

  • A pele reveste praticamente toda a superfície do corpo, constituindo uma barreira eficaz de defesa e regulação, assegurando as relações entre o meio interior e exterior. É o órgão de maior dimensão do organismo humano, representando cerca de 16% do peso corporal. 
É a pele que determina o aspecto ou a aparência, imprime carácter sexual e racial e protege o corpo, pelo facto de se tratar de uma barreira dotada de resistência, semi-permeabilidade e plasticidade.
  • Com o envelhecimento, o ser humano tende a tornar-se cada vez mais diverso e heterogêneo, o que é especialmente notório ao nível da pele, inúmeros que são os fenômenos bioquímicos e metabólicos que nela ocorrem, à medida que a idade avança.
O envelhecimento da pele é um processo complexo e multifatorial do qual resultam alterações severas em termos estéticos e funcionais. Com o tempo, estas alterações levam ao declínio das funções biológicas da pele que deixa de ter capacidade para se adaptar às constantes agressões de que vai sendo alvo.
  • Nos países desenvolvidos, tem vindo a aumentar o interesse pelo estudo do envelhecimento cutâneo, o que está relacionado com o progressivo e dramático crescimento em número absoluto e da proporção de população envelhecida.
Tanto os factores psicossociais associados, como os próprios efeitos fisiológicos do envelhecimento da pele nestes indivíduos, têm contribuído para a necessidade de melhor conhecer todo o processo e, muito particularmente as possíveis intervenções efetivas
  • Estudos contínuos têm mostrado que o envelhecimento resulta, basicamente, da ação conjunta de dois processos diferentes: o envelhecimento cronológico, também designado intrínseco, e o envelhecimento extrínseco, isto é, causado por factores ambientais, de entre os quais, o foto-envelhecimento é o que apresenta maior importância.
O envelhecimento induzido pelos factores ambientais apresenta características morfológicas e fisiopatológicas que podem ser diferentes daquelas que são causadas pelo envelhecimento biológico ou intrínseco.
  • Os sinais clínicos associados ao fotoenvelhecimento são a hiperpigmentação, a perda de elasticidade, o amarelecimento e em casos mais agressivos, pode mesmo conduzir a alterações malignas da pele. Uma pele velha não exposta à radiação pode apresentar perda de firmeza e acentuação da rugosidade, contudo faltam sinais de dano actínico.
O envelhecimento intrínseco caracteriza-se, ainda, pelo aparecimento de rugas finas, sendo que a pele perde cada vez mais espessura tornando-se transparente; há perda de tecido adiposo subjacente, perda de firmeza e surgem sinais de desidratação excessiva.
  • Em termos anatômicos, a pele é constituída fundamentalmente por dois tecidos justapostos que são a epiderme e a derme. Além destas, é comum verificar que alguns autores consideram a estratificação da pele em três camadas distintas pois incluem a hipoderme.
De um modo geral, enquanto a epiderme se encontra organizada em diferentes camadas ou estratos de células epiteliais com características distintas, a derme é formada maioritariamente por tecido conjuntivo denso. 
  • Este tecido conjuntivo é formado por células e elementos extracelulares, sendo que no que respeita às células, elas podem ser residentes, tais como os fibroblastos, os histiócitos, os macrófagos e os mastócitos, ou então serem migratórias como os leucócitos e os plasmócitos. Quanto aos elementos extracelulares, estes são a substância intersticial e as fibras. Na substância intersticial ou também designada de fundamental, dispõem-se células e fibras de natureza variada.
A substância fundamental é amorfa, sendo maioritariamente formada por glicoproteínas, designadamente mucopolissacarídeos ácidos. Estas glicoproteínas têm um elevado teor molecular em hidratos de carbono, tomando, por isso a designação de proteoglicanos de mucopolissacarídeos ácidos, sendo que um dos mais abundantes na derme é o ácido hialurônico.
  • A pele é um órgão muito extenso que desempenha um papel fundamental na proteção do organismo na sua totalidade, tanto ao nível das agressões traumáticas como ao nível das variações climatéricas.
As funções principais da pele incluem contenção de fluidos e tecidos, proteção em relação ao exterior, excreção, secreção, acumulação e absorção de substâncias, termorregulação, síntese de melanina, percepção sensorial e regulação de processos imunológicos.
  • A pele tem um papel mecânico do maior interesse, pois permite, mediante as suas propriedades plásticas a realização de todos os movimentos sem que haja normalmente ruptura tecidual.
A pele é portanto resistente e flexível, sendo essas propriedades conferidas, principalmente, pelas proteínas fibrosas como o colágeno e a elastina, e auxiliadas também pelo facto das fibras se encontrarem imersas em líquido de natureza mucopolissacarídica (substância fundamental da derme). Deste modo, ao dar-se a distensão cutânea ocorre deslocamento parcial simultâneo da substância fundamental. 
  • O carácter elástico da pele permite, após uma extensão, que os contornos iniciais se mantenham, sendo que esta extensibilidade atribui-se ao alinhamento rígido das fibras de colágeno que sob tensão tendem a orientar-se pela sua elasticidade paralelamente ao eixo da força aplicada. Naturalmente que as fibras de elastina têm um papel muito importante no fenômeno. 
A este nível, o estrato córneo revela-se bastante interessante, uma vez que, sendo ainda mais resistente do que a derme é suficientemente elástico para permitir os movimentos do corpo. Contudo, a sua flexibilidade é muito variável, facto que depende diretamente de factores tais como as condições atmosféricas (umidade do ar), o contacto com detergentes ou solventes e também a existência de doenças hiper-queratósicas. 
  • A pele no seu estado normal, funciona como uma excelente interface entre o meio interno e o ambiente, através mais uma vez da existência crucial do estrato córneo, mas também dos apêndices cutâneos. Concretamente, o estrato córneo apresenta permeabilidade seletiva em relação a materiais que pretendam atravessar a barreira da pele, pelo que só o conseguem aqueles cujas dimensões são moleculares. 
Assim, a pele constitui uma barreira muito eficaz contra a invasão por microrganismos, dificultando, deste modo a proliferação de fungos e bactérias em tecidos viáveis. O estrato córneo também constitui uma ótima barreira que impede ou dificulta a entrada de substâncias químicas, medicamentosas ou não e funciona, também como barreira térmica.
  • A permeabilidade seletiva da pele constitui, como já foi referido uma das suas funções protetoras, nomeadamente no que se refere também à capacidade de dificultar ou até impedir a passagem de radiações electromagnéticas.
As proteínas em geral e os pigmentos melânicos em particular, sobretudo as melaninas, dispõem de capacidade máxima na absorção das radiações cujo comprimento de onda é de 280 nm. No entanto, a ação protetora da pele em relação às radiações não se encontra circunscrita apenas à camada basal. Na realidade, a camada córnea constitui o primeiro filtro cutâneo na penetração das radiações ultravioleta (UV). 
  • As suas proteínas, particularmente a queratina, desempenham também alguma ação foto-protetora, por dispersão e absorção das radiações ultravioleta (UV). Por outro lado, a exposição repetida à radiação UV provoca hiperplasia epitelial com espessamento da camada córnea e aumento da tolerância cutânea à luz.
A função primordial da pele é, como já foi referido, a de proteger o organismo de agressões ambientais, nomeadamente a radiação solar, as infecções, as temperaturas extremas, a desidratação, bem como os traumas mecânicos. 
  • A pele está, portanto, envolvida em mecanismos de imunização, processos endócrinos e funções neurológicas. Todas estas funções vão sofrendo deterioração com a idade, de acordo com o que está geneticamente determinado, mas é um fenômeno extensamente agravado por factores ambientais
A pele é, normalmente, classificada em quatro tipos, de acordo com a produção sebácea que apresenta: pele normal, seca, oleosa e mista. Um outro tipo que se pode acrescentar à lista é a pele sensível, devido à sua crescente popularidade, criada à volta da grande variedade de produtos alvo. Esta classificação aplica-se, particularmente à pele do rosto porque, sendo aquela que está mais exposta, para além das mãos, é a que melhor reflete o seu estado tendo em conta a idade, a situação geográfica e estado de saúde.
  • O envelhecimento cutâneo intrínseco é influenciado pela passagem do tempo e relaciona-se diretamente com o processo de senescência do próprio organismo, sendo por isso, praticamente um fenômeno inevitável. Ao contrário, o envelhecimento extrínseco é, por definição, susceptível de intervenção, uma vez que resulta da ação nefasta de factores externos. 
De entre estes factores, a radiação UV contribui em cerca de 80% para todo o processo, constituindo o factor mais importante para o envelhecimento prematuro da pele. Desta forma, os tratamentos disponíveis, atualmente, são direcionados para combater o envelhecimento extrínseco.
  • O conceito anti-envelhecimento concentra-se em duas estratégias: prevenção e tratamento. A prevenção implica um conjunto de ações que visam evitar e reduzir o aparecimento dos sinais de envelhecimento, enquanto o tratamento pretende reverter determinadas manifestações clínicas visíveis de uma pele envelhecida.
O tratamento anti-envelhecimento pode considerar-se dividido nos seguintes grupos:
  • Aplicação de cosméticos;
  • Agentes tópicos;
  • Agentes sistêmicos;
  • Procedimentos cirúrgicos;
Enquanto a aplicação de cosméticos se refere aos gestos diários de proteção solar e de hidratação, os agentes tópicos dizem respeito à aplicação tópica de cosméticos que contêm na sua composição substâncias antioxidantes, retinoides,hidroxiácidos, despigmentantes, factores de crescimento, citoquinas e outros péptidos, estrogênios e agentes anti-inflamatórios.
  • Para o seu estado de equilíbrio, a pele necessita da contribuição integrada de todos os seus organitos e respectivas secreções, cujas funções convergem, resultando na multiplicidade de propriedades que apresenta. A conservação da homeostasia cutânea resulta, assim, da capacidade de síntese e metabolização e das regulações hemodinâmicas e térmicas da pele.
Em termos concretos, manifesta-se de grande importância o factor hidratação da pele, o qual ao nível do estrato córneo é fundamental, já que é necessário que exista à sua superfície um equilíbrio adequado de lípidos, de substâncias hidrossolúveis, da quantidade de água, bem como de queratinas para que a flexibilidade seja máxima. 
  • A água é mesmo considerada como principal agente “plastificante ou amolecedor” da pele, pelo que para termos condições ideais de manutenção das suas boas funções, deve encontrar-se numa concentração compreendida entre 10 a 20%. 
A capacidade em fixar a água no estrato córneo a partir dos tecidos mais profundos depende dos compostos nela dissolvidos e dos lípidos teciduais, sendo que quanto menor for a porção lipídica menor é a retenção.

Hidratação:
  • Hidratação é um termo que engloba um vasto leque de significados e interpretações, dependentes da forma como nos referimos à pele em termos de aparência macroscópica, textura ou suavidade ao toque. Contudo, o conceito chave é a existência de água na pele. 
A suavidade da pele ao toque é, efetivamente, obtida à custa de água. A maior parte dos investigadores postula que é necessário um mínimo de 10% de água no estrato córneo para produzir elasticidade/flexibilidade e suavidade, sendo que a taxa de hidratação certa é a chave da manutenção da integridade da pele humana.
  • A água é, absolutamente, essencial para o normal funcionamento da pele, particularmente para a camada mais externa, o estrato córneo. A perda de água da pele é regulada fisiologicamente e depende, de um conjunto de factores relacionados com a natureza complexa do estrato córneo. 
A retenção de água a nível do estrato córneo depende, essencialmente de dois componentes maioritários:
  1. A presença de agentes higroscópicos naturais no interior dos corneôcitos (colectivamente referidos como Factor Umectante Natural);
  2. A existência de lípidos intercelulares devidamente organizados para formar uma barreira contra a perda transepidêrmica de água (TEWL).
Por outro lado, também parece contribuir para minimizar a perda de água, o facto de a difusão das moléculas de água ser lenta, uma vez que têm de percorrer um tortuoso percurso criado pelo arranjo das camadas do estrato córneo e dos grupos de corneôcitos. O Factor Umectante Natural (NMF, do inglês Natural Moisturizing Factor) reporta-se a uma mistura complexa de compostos hidrossolúveis e de baixo peso molecular, formados primariamente, no interior dos corneôcitos pela degradação de uma proteína rica em histidina, designada por filagrina. 
  • Estas substâncias estão relacionadas com o aporte e fixação da água no estrato córneo, sendo por isso agentes com propriedades hidratantes. O NMF é constituído por uma mistura de aminoácidos, ácidos orgânicos e seus sais, ureia e iões inorgânicos. 
De entre eles, o lactato de sódio e o sal sódico do ácido 2- pirrolidona-5-carboxílico, parecem ser os componentes com a maior capacidade higroscópica. de aminoácidos, ácidos orgânicos e seus sais, ureia e iões inorgânicos.
  • De entre eles, o lactato de sódio e o sal sódico do ácido 2- pirrolidona-5-carboxílico, parecem ser os componentes com a maior capacidade higroscópica.. Composição química do FHN. O conteúdo de água do estrato córneo é necessário para o seu próprio processo de maturação e também é essencial no fenômeno de descamação da pele.
Assim, um aumento da perda transepidêrmica de água (TEWL) conduz a danos funcionais nas enzimas envolvidas no processo de descamação normal da pele, do que resulta a formação de pequenos “flocos” visíveis à superfície da pele, o que constitui o aspecto de uma pele desidratada.
  • Para além do problema estético, dado o seu aspecto baço e áspero, a pele desidratada apresenta perdas acentuadas das propriedades biomecânicas e biológicas. Para assegurar um papel fisiológico de proteção, o estrato córneo deve apresentar flexibilidade e elasticidade adequadas. 
A percentagem de água contida nesta camada celular funciona como plastificante que associa as moléculas solúveis do NMF às proteínas da epiderme. Pode considerar-se duas origens para esta água:
  • Origem endógena: a água é encaminhada desde a derme até à superfície cutânea através de uma difusão molecular, dando origem à chamada perspiração insensível e uma perda sensível constituída pelo suor (transpiração);
  • Origem exógena: a água é fornecida por contacto com o meio ambiente, quando a atmosfera está com umidade elevada ou quando são aplicados cosméticos hidratantes que vão fornecer água às células que contenham NMF, corpúsculos com alto poder higroscópico; no entanto, a sua eficácia está dependente, igualmente das perdas por evaporação que terão de ser reduzidas (o que se consegue com a aplicação de cremes-barreira);
A película hidrolipídica que existe à superfície da epiderme e que recobre toda a camada córnea corresponde a uma emulsão formada pelos produtos de secreção das glândulas sebáceas (sebo) e sudoríparas (suor).
  • A elasticidade da pele é definida pela capacidade que esta tem de voltar ao estado inicial, assim que cessam as forças que provocam essa extensão. 
Esta propriedade depende da atividade das fibras elásticas e de colágeno, mas igualmente do estado de hidratação da substância fundamental, pelo que é de extrema importância a manutenção do conteúdo hídrico da pele. 
  • A elasticidade varia de acordo com alguns estados fisiológicos, mas também com a idade, pelo que é essencial promover um bom estado de hidratação da pele, para atuar na prevenção do envelhecimento cutâneo. 
No decorrer da senescência cutânea, a película hidrolipídica reduz-se e o teor em água na pele vai diminuindo, passando de 13% para cerca de 7%, assim como a concentração em glucos-aminoglicanos (GAGs - factores de elasticidade do tecido conjuntivo) e dos electrólitos do tecido dérmico, o que dá origem a um aumento da velocidade de desidratação da camada córnea. 
  • Põe-se, assim, em evidência a importância da presença em quantidades adequadas de glicosaminoglicanos como um dos factores responsáveis pela manutenção da hidratação dérmica e epidérmica da pele.
A desidratação pode ser favorecida por vários factores, dos quais se destacam os seguintes: o vento, as mudanças bruscas de temperatura, a exposição excessiva ao sol e ao ar seco favorecem a evaporação da água de superfície e, portanto, levam a uma diminuição do grau de hidratação da camada córnea; substâncias químicas: tensioativos detergentes (laurilsulfatos, laurilétersulfatos, alquilarilsulfatos e outros), assim como os solventes orgânicos (álcool, éter de petróleo), eliminam os lípidos cutâneos e, na sequência, são arrastados os compostos hidrossolúveis, suprimindo toda a possibilidade de fixação ou retenção de água pela camada córnea; certas doenças (ictioses, dermatoses, psoríase, eczemas) provocam alteração na camada córnea e perturbam a hidratação, tornando-a incapaz de fixar e reter a água; o processo de envelhecimento intrínseco da pele.
  • Na maioria dos casos, a pele desidratada pode ser tratada, adequadamente, com a aplicação diária de produtos hidratantes, o que faz desta classe de cosméticos a mais comummente utilizada a nível tópico.
Os cosméticos hidratantes são capazes de restabelecer o conteúdo hídrico da pele desidratada, protegê-la e proporcionar as condições necessárias à recuperação das suas propriedades naturais. São exemplos de substâncias com propriedades hidratantes:
  • Compostos higroscópicos constituintes do NMF, como a ureia, o ácido 2- pirrolidona-5-carboxílico, a alantoína, os hidrolisados de proteínas;
  • Umectantes, tais como a glicerina, o proprilenoglicol, o sorbitol, os sais de ácidos fracos e em particular, o lactato de sódio;
  • Substâncias com características oclusivas: vaselinas, parafinas.
Em termos químicos, as substâncias hidratantes podem ser de natureza hidrófila ou lipófila. 
  • Um estudo recente (Bouwstra et al, 2009) demonstrou que 3 horas após a aplicação, os hidratantes de natureza hidrofílica penetram mais rapidamente do que os lipófilos, sendo que estes últimos ficam abundantemente retidos nas regiões mais externas do estrato córneo. 
Pôde verificar-se, ainda, que não se obteve aumento do conteúdo hídrico no estrato córneo com os compostos lipófilos, enquanto os hidratantes de natureza hidrofílica conduzem ao aumento da retenção de água nas camadas da pele para onde se deslocam
  • Num produto cosmético hidratante são utilizadas, por vezes, outras substâncias específicas com carácter emoliente para auxiliar o efeito hidratante e, ainda extractos com características suavizantes e refrescantes (aloé vera, camomila, arnica, calêndula, centelha asiática, malva, tussilagem).
Para evitar a desidratação (ou ressecamento) da pele deve impedir-se, essencialmente, a evaporação da água, de acordo com dois princípios fundamentais:
  • Evitando ou diminuindo o efeito das agressões externas;
  • Utilizando produtos cosméticos adequados para corrigir e restabelecer o equilíbrio biológico.
Atualmente, os cosméticos hidratantes disponíveis exercem a sua atividade mediante dois mecanismos de hidratação diferentes:

Ácido hialurônico

Hidratação por fixação de água endógena:

As preparações hidratantes procuram suplantar as insuficiências da barreira epidérmica repondo a funcionalidade da película hidrolipídica com produtos que se opõem à evaporação excessiva da água recorrendo a:
  • Hidrocarbonetos diversos: vaselina, óleo de vaselina, peridroesqualeno;
  • Ceras: cera de abelhas, branco de baleia ou seus derivados sintéticos, lanolina;
  • Óleos vegetais hidrófilos: óleo de amêndoas doces, gérmen de trigo, abacate, argan, óleos animais específicos ou seus derivados: óleo de vison, de tartaruga, álcoois gordos cetílicos e estearílicos.
Hidratação por fixação de água exógena:
A preparação de hidratantes deste tipo recorre a produtos higroscópicos e umectantes:
  • Polióis hidrossolúveis (glicerol, sorbitol, propilenoglicol, poliglicóis);
  • Ácido pirrolidona carboxílico, lactato de sódio e ureia;
Alguns destes elementos são veiculados recorrendo a novas tecnologias (lipossomas, niossomas, ciclodextrinas microesferas, nanosferas). Outras substâncias com papel na hidratação e no anti-envelhecimento:
  • vitaminas: vitamina E, vitamina A, vitamina PP, vitamina C
A manutenção de uma pele devidamente hidratada constitui um passo essencial para promover a conservação do seu aspecto jovem, prevenindo o processo de envelhecimento cutâneo. 
  • Assim, é de referir os cuidados a ter em conta para preservar a pele das agressões externas, em particular da desidratação: evitar a exposição solar excessiva e sem proteção eficaz; para evitar o envelhecimento precoce da pele com o aparecimento da xerose, é fundamental a utilização de produtos protetores solares de forma a evitar o aparecimento de fotoalergias, sensibilidade exagerada e rosácea; é desaconselhável a utilização de detergentes formulados com teores excessivos de tensioativos como o laurilsulfato de sódio e seus derivados, ou simplesmente o uso de produtos de higiene demasiadamente desengordurantes são, igualmente, desaconselhadas as loções tônicas com elevado grau alcoólico, tanto pela sua ação desengordurante como pelo possível efeito irritante; as substâncias umectantes, como a glicerina, não devem ser utilizadas isoladas sobre a pele, pois o seu grande poder higroscópico tanto pode retirar água da atmosfera como da própria epiderme, dependendo do estado higrométrico do ar (umidade relativa);os hidrocarbonetos como a vaselina, quando utilizados diariamente, podem irritar a pele, tornando-a mais descamativa e ainda aumentar a espessura da camada de Malpighi; para a limpeza do rosto deverão ser utilizadas emulsões fluidas (leites) com emulsionantes não iônicos, anfotéricos ou derivados naturais, evitando tanto quanto possível os produtos alcalinos obtidos por saponificação de material gordo com bases fortes (pH>8); aplicação diária e frequente de cosméticos hidratantes adequados.
Como é sabido, uma pele seca e/ou desidratada apresenta mais precocemente sinais de envelhecimento do que uma pele normal ou mista/oleosa. Por outro lado, sabe-se também que as características de hidratação da pele são determinantes para a gravidade dos sinais clínicos típicos do envelhecimento, pelo que uma pele seca ou desidratada, quando envelhece apresenta rídulas e rugas mais profundas e mais difíceis de reverter, maior perda de firmeza e elasticidade do que uma pele normalmente hidratada. 
  • Assim, hidratação e anti-envelhecimento são dois conceitos dependentes e intimamente ligados, pelo que muitos produtos cosméticos com ação anti-rugas possuem na sua composição substâncias como o colagênio e outros constituintes do tecido conjuntivo, como o ácido hialurônico, reinvindicando efeito revitalizante, mas a sua ação é principalmente hidratante.
Ácido hialurônico:
  • O ácido hialurônico (AH) é um polímero carbohidratado linear e natural que pertence à classe dos glicosaminoglicanos não-sulfatados.
Em 1934, foi isolado, pela primeira vez, a partir do humor vítreo de bovino, por Meyer et al., que prosseguiram os seus estudos do que resultou, cerca de 20 anos mais tarde, o conhecimento da estrutura do AH.O AH é um polissacarídeo composto por unidades dissacarídicas repetidas de ácido D-glucurônico e N-acetilglucosamina. 
  • Normalmente, o grupo carboxílico (-COOH) do ácido D-glucurônico forma um sal sódico, pelo que a forma mais comum do AH é o hialuronato de sódio. Os monômeros dissacarídeos formam a cadeia através de ligações β-1,4 glicosídicas. Cada dissacarídeo apresenta um peso molecular de cerca de 400 Da, o que leva a que a cadeia polimérica de AH possa atingir os 10 MDa.
O AH é o único biopolímero cuja estrutura se encontra altamente conservada e idêntica em todas as espécies. O AH encontra-se disperso por todo o organismo humano, sendo especialmente abundante no tecido conjuntivo. Atinge concentrações mais elevadas no tecido cartilagíneo, no humor vítreo, no líquido sinovial das articulações e no cordão umbilical, sendo responsável pela manutenção da homeostasia tecidular.
  • Estima-se que a quantidade total de AH no organismo ronda os 12 gramas, mas é na pele que se encontra a maior quantidade (aproximadamente 7 g).
O AH é o componente maioritário da matriz extracelular da derme; é sintetizado na membrana plasmática dos fibroblastos e outras células (sinoviais, endoteliais, musculares) e libertado, imediatamente no espaço extracelular.
  • Um estudo feito por Bonté et al. (2007) veio demonstrar que também existe ácido hialurônico na epiderme, o que se revela interessante na manutenção da estrutura normal do estrato córneo e na função de barreira epidérmica. Nos mamíferos, estão identificadas três sintetases homólogas responsáveis pela segregação do AH, são elas: a AHS1, AHS2 e AHS3
O catabolismo do AH é extremamente rápido, pelo que ao nível da pele, o seu tempo de semi-vida é inferior a 24 horas.14 A degradação do AH pelas enzimas hialuronidases é influenciada por factores térmicos, enzimáticos e interações oxidativas (interferência de radicais livres). 
  • Apesar da sua estrutura simples, o AH detém funções de grande importância em numerosos fenômenos do organismo. As suas funções biológicas dependem do seu peso molecular e resultam da sua interação com determinadas proteínas de ligação (“hialaderinas”) e receptores de superfície, pelo que o AH apresenta excelentes características de sinalização celular.
Este polímero está diretamente envolvido em processos tais como a embriogênese, a inflamação, o fenômeno metastásico ou de progressão tumoral, a renovação tecidular, a angiogênese, bem como o processo de cicatrização.
  • No processo inflamatório, está demonstrado que fragmentos oligossacarídicos derivados do AH desempenham um papel importante na estimulação da secreção de citoquinas e na proliferação de células endoteliais.
A cicatrização é um processo dinâmico e envolve diferentes fases inter-relacionadas que visam a reparação da integridade tecidular. Este fenômeno reflete a existência de uma resposta orgânica complexa que resulta da interação entre diferentes tipos de células e os componentes da matriz extracelular. A este nível, o AH desempenha um papel-chave em cada fase de cicatrização porque estimula a migração, a diferenciação e a proliferação celulares e, por outro lado, regula a organização e o metabolismo da matriz extracelular.
  • Desde 1980 que as várias propriedades e funções do AH vêm sendo demonstradas em contínuos estudos de forma que, atualmente, este biopolímero seja reconhecido como um composto de elevado valor, no que respeita às numerosas aplicações, nomeadamente nas áreas biomédica e tecnológica.
A FDA (Food and Drug Administration) tem aprovado inúmeros produtos derivados do AH que têm sido empregues, designadamente em oftalmologia como substitutos do humor vítreo no olho; em reumatologia, no tratamento da osteoartrite; na reparação tecidular de feridas cirúrgicas e outras e como matriz para a libertação de determinados fármacos.
  • O AH desempenha um papel fundamental na manutenção da integridade mecânica dos tecidos. Devido ao seu comportamento poli-aniônico, o AH não favorece a adesão celular nem proteica.  A vasta aplicabilidade do AH deve-se às suas excelentes características higroscópicas, ao seu ótimo comportamento reológico e às suas propriedades visco-elásticas.
O número de produtos cosméticos que incluem o AH na sua formulação tem vindo a aumentar, devido à natureza viscoelástica única desta substância, bem como ao facto de ser extremamente bem tolerada, o que significa um risco muito reduzido ou quase inexistente de efeitos adversos. 
  • A molécula de AH não é imunogênica, sendo que esta biocompatibilidade está relacionada com o facto da sua estrutura molecular ser semelhante entre espécies distintas, do que resultam também as suas características biodegradáveis.
O AH tem sido, amplamente, utilizado na área da Dermocosmética, sendo incorporado em produtos cosméticos de aplicação tópica, essencialmente como agente hidratante e anti-envelhecimento.
  • O AH é uma das moléculas mais higroscópicas da natureza, pelo que, quando hidratado, pode conter cerca de 1000 vezes o seu tamanho em moléculas de água. Assim, este efeito é particularmente relevante ao nível da pele, pela sua capacidade hidratante, o que contribui para manter ou recuperar a sua elasticidade.
O AH apresenta, portanto uma elevada solubilidade em água, que é devida a diversos factores, mas está, especialmente, relacionada com a presença de 4 grupos hidroxilo (-OH) e um grupo salino –COO- Na+ por cada unidade dissacarídica. Deste modo, os grupos hidroxilo estabelecem ligações por pontes de hidrogênio com as moléculas de água, o que estabiliza o seu estado solvatado. Por outro lado, o grupo salino dissocia-se na água segundo uma reação química energeticamente favorável.15
  • O AH exibe também efeito antioxidante, porque funciona como agente sequestrante de radicais livres, o que aumenta a proteção da pele em relação à radiação UV e contribui para aumentar a capacidade de reparação tecidular.
O envelhecimento cutâneo é, como já foi referido, um processo natural que conduz a alterações fisiológicas nas funções da pele. A exposição à radiação UV afeta os processos biológicos, acelerando o processo de envelhecimento. A pele velha é, tipicamente, seca e irregular e apresenta rugas e rídulas, bem como elasticidade reduzida.
  • O envelhecimento extrínseco (aquele que resulta da influência da exposição a factores externos/ambientais) está associado a inúmeras alterações, entre elas a expressão do AH e as suas enzimas de metabolização. O que se verifica é que, com o envelhecimento, ocorre um aumento acentuado na expressão de AH de baixo peso molecular, o que está relacionado com a diminuição significativa das enzimas de síntese (particularmente HAS1) e um aumento da expressão das hialuronidases (HYAL1-3). 
Por outro lado, pode verificar-se também que a expressão de receptores celulares para o AH (CD44 e RHAMM) se encontra diminuída numa pele fotoexposta, quando comparada com a pele fotoprotegida.
A secura cutânea é uma das desordens mais evidentes da pele envelhecida, daí que um dos gestos diários essenciais é o uso de produtos hidratantes. Um hidratante é um produto cosmético capaz de restabelecer e/ou contribuir para a manutenção das características de hidratação do estrato córneo.
  • Estudos têm demonstrado que a aplicação tópica de um hidratante contendo AH constitui um tratamento eficaz no combate à desidratação cutânea e, por conseguinte, na prevenção do envelhecimento da pele, o que está diretamente relacionado com a sua capacidade de retenção da água e propriedades hidratantes
Embora a utilização de AH se encontre predominantemente associada à injeção de agentes de preenchimento dérmico (“dermal fillers”), também tem sido prática comum a sua aplicação tópica, mediante o uso de cremes e geles.O AH começou por ser extraído a partir de tecidos de origem animal, tais como a crista de galo e o cordão umbilical humano. 
  • Contudo, a sua produção por processos biotecnológicos constitui, atualmente, uma técnica utilizada em larga escala, recorrendo à fermentação microbiológica, essencialmente de duas espécies de bactérias: Streptococcus e Bacillus.O AH é produzido por métodos que visam limitar ou eliminar a presença de agentes infecciosos. 
Quando a produção é efetuada por fermentação por meio de bactérias Gram-positivas, é demonstrado que o processo utilizado permite limitar ou eliminar os constituintes da parede celular com características pirogênicas ou inflamatórias. O AH apresenta-se como um pó branco ou quase branco, muito higroscópico ou como um agregado fibroso (Farmacopeia Portuguesa VIII, 2005).

Preparações semi-sólidas cutâneas:
  • As preparações semi-sólidas cutâneas são formuladas de modo a promoverem a libertação local ou transdêrmica das substâncias ativas; são igualmente utilizadas devido à sua ação emoliente ou protetora. Apresentam aspecto
homogêneo e são constituídas por um excipiente, simples ou composto, no qual são dissolvidas ou dispersas uma ou várias substâncias ativas, sendo que a composição do excipiente pode ter influência na atividade da preparação. 
  • Os excipientes que se utilizam podem ser substâncias de origem natural ou sintética e podem ser monofásicos ou multifásicos. Deste modo, conforme a natureza do excipiente, a preparação pode ter propriedades hidrófilas ou hidrófobas. 
Por outro lado, a preparação pode conter outros excipientes apropriados, como agentes antimicrobianos, antioxidantes, estabilizantes, emulsionantes, espessantes e promotores da absorção. (Farmacopeia Portuguesa VIII, 2005).
  • A administração cutânea é uma via especialmente destinada à obtenção de uma ação tópica, mais ou menos profunda, e só em casos particulares se recorre a ela para se obter uma absorção sistémica do fármaco.
Podem distinguir-se vários tipos de preparações semi-sólidas cutâneas:
  • Pomadas;
  • Cremes;
  • Geles;
  • Pastas;
  • Cataplasmas;
  • Emplastros medicamentosos.
Consoante a sua estrutura, as pomadas, os cremes e os geles apresentam geralmente, um comportamento viscoelástico e as propriedades dos fluidos não-Newtonianos (por exemplo, de tipo plástico, pseudoplásico ou com tixotropia) quando submetidos a velocidades de corte elevadas. Ao contrário, as pastas apresentam, muitas vezes, comportamento dilatante. (Farmacopeia Portuguesa VIII, 2005).
  • Devido às suas características, os cremes e os geles constituem os sistemas semi-sólidos mais utilizados na produção de produtos cosméticos.
Cremes:
  • Os cremes são emulsões semi-sólidas que contêm substâncias medicamentosas ou ingredientes cosméticos dissolvidos ou suspensos nas suas fases aquosa ou oleosa. 
As emulsões ou também designadas bases emulsionadas são, atualmente, um dos veículos mais utilizados na elaboração de produtos cosméticos, principalmente porque apresentam uma série de vantagens entre as quais se destacam:
  • A grande afinidade para o revestimento cutâneo que reveste toda a superfície da pele;
  • A possibilidade de incorporar, simultaneamente na mesma preparação, substâncias de natureza hidrófila e lipófila, capazes de se integrarem no filme hidrolipídico do estrato córneo;
  • A possibilidade de se obterem veículos de diferentes texturas, consistência e capacidade de penetração;
  • Como veículos, as bases emulsionadas apresentam também elas, propriedades emolientes e hidratantes;
  • Podem atuar como agentes de limpeza bastante eficazes.
As emulsões são definidas como sistemas heterogêneos de duas ou mais fases, constituídos por um líquido disperso noutro líquido dispersante, no qual é imiscível.Esta dispersão é produzida pela formação de gotículas de diâmetros compreendidos entre 0,5-100 nm. 
  • De acordo com a viscosidade da fase externa, as emulsões podem classificar-se como fluidas (ex.: leite corporal) ou mais ou menos consistentes (ex.: creme hidratante). 
Basicamente, existem dois tipos de emulsões:
  • Óleo-água (O/A): em que a fase interna é constituída por substâncias lipófilas imiscíveis com a fase externa, formada por sua vez, por água e substâncias polares.
  • Água-óleo (A/O): em que a fase interna é constituída por água e componentes polares e a fase externa é formada por compostos apolares.
Estes dois tipos de emulsões (O/A e A/O) são sistemas emulsionados simples. Contudo, quando temos gotículas de outra fase no interior das gotículas da fase interna, estamos perante sistemas de emulsão múltipla que podem denominar-se A/O/A ou O/A/O.
  • As emulsões são, por definição, sistemas termodinamicamente instáveis, pelo que rapidamente tendem a separar as fases quando são mantidas em repouso, sem agitação. 
Esta instabilidade é consequência da existência de forças que tendem a reunir, novamente, as gotículas dispersas para formar uma fase contínua, o que leva à ruptura da emulsão, algumas vezes reversível, mas muitas vezes impossível de reverter para o estado anterior. As formas de instabilidade física mais frequentemente observadas nas emulsões são:
  • Coalescência: corresponde à união de gotículas entre si para formar outras de maiores dimensões, sendo que este constitui um fenômeno irreversível;
  • Formação de creme: ocorre como consequência de um agrupamento das gotículas oleosas da fase interna, devido às diferenças de densidade entre as fases que constituem o sistema, sendo, porém um processo reversível, mediante agitação;
  • Sedimentação: produz-se quando uma parte da emulsão se separa no sentido descendente, formando um sedimento mais ou menos compacto; a formação de creme e a sedimentação podem evitar-se aumentando a viscosidade do sistema;
  • Floculação: corresponde ao agrupamento de partículas em agregados ou “flóculos” de carácter reversível, pelo que facilmente se re-dispersa o sistema por agitação.
Com o objectivo de desenvolver sistemas fisicamente estáveis, nos quais não se produzam os estados atrás referidos, podem utilizar-se métodos que permitam facilitar os fenômenos de repulsão entre as partículas e/ou o fortalecimento da camada interfacial do sistema.
  • As emulsões são constituídas por uma fase aquosa, uma fase oleosa e um agente emulsionante ou uma mistura de emulsionantes.
Ácido hialurônico é um biopolímero formado pelo ácido glucurônico e a N-acetilglicosamina. De textura viscosa, existe no líquido sinovial, humor vítreo e no tecido conjuntivo colágeno de numerosos organismos, sendo uma importante glicosaminoglicana (GAG) na constituição da articulação. 
  • Esta molécula é a única GAG não sulfatada e possui a capacidade de se associar a proteínas para formar agregados moleculares, mas não forma proteoglicanos.
Biologia humana e animal:
  • A nossa pele, quando jovem é caracteristicamente lisa e elástica. Contém muito ácido hialurônico, que é uma substância do nosso organismo que preenche os espaços entre as células. Com o avanço da idade o ácido hialurônico diminui, diminuindo também a hidratação e elasticidade da pele, o que contribui para o surgimento de rugas.
O ácido hialurônico é uma substância presente no organismo de todos os animais, e encontra-se em todos os órgãos do nosso corpo, em diferentes proporções, sendo que a pele contém 56 % do total. No nosso organismo, esta substância é responsável pelo volume da pele, forma dos olhos e lubrificação das articulações, sendo normalmente produzido e degradado. Como método terapêutico, pode ser obtido a partir de animais ou a partir da fermentação de bactérias. 
  • Este último tem grandes vantagens, uma vez que permite a sua produção em escala industrial e, por não possuir proteínas animais, não provoca reações alérgicas, sendo portanto a forma mais utilizada. 
As reações que podem ocorrer são alguma vermelhidão no local, pequeno edema (inchaço) sensação de coceira ou sensibilidade. Porém quando ocorrem, são, em geral, pouco acentuadas e tendem a sumir em 24-48 horas.

Ácido hialurônico sintético:
  • Há algumas apresentações sintéticas de ácido hialurônico que são utilizadas em medicina de reabilitação e medicina estética. 
O uso em reabilitação concentra-se no tratamento da artrose. Em estética, o objetivo é preencher rugas ou sulcos, ou simplesmente dar volume, através da injeção na camada média ou profunda da pele. São exemplos de áreas da face que podem ser preenchidas com ácido hialurônico: lábios, sulcos nasogenianos (bigode chinês), sulcos nasojugais (olheiras) e rugas glabelares (raiz do nariz, entre as sobrancelhas). 
A aplicação pode ser sob anestesia tópica com creme ou por bloqueio regional com lidocaína. A injeção do produto pode ser por pontilhado ou retroinjeção. Compressas frias diminuem a formação de inchaço (edema). O resultado aparece em duas semanas, quando o inchaço já deve ter desaparecido.

Ácido hialurônico