sábado, 28 de dezembro de 2013

Casa Ecológica - TCC - 2013 - Tecnico em Edificações

COLÉGIO ESTADUAL POLIVALENTE ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO e PROFISSIONAL.







TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES
PEDRO SABATINI JUNIOR







CASA ECOLÓGICA







PONTA GROSSA/PR
2013
PEDRO SABATINI JUNIOR


CASA ECOLÓGICA





Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Colegiado do Curso de Técnico em edificações do 
Colégio Polivalente de Ponta Grossa/PR como parte dos requisitos para 
obtenção do título de Técnico em edificações.

Orientador: Prof. Luis Banaczek















PONTA GROSSA/PR
2013






RESUMO

SABATINI Jr., Pedro. Casa Ecológica. 2013. 27 Páginas. Trabalho de Conclusão de Curso Técnico em edificações. Colégio Polivalente de Ponta Grossa/PR, 2013.

Este trabalho teve como objetivo verificar se é viável a construção de uma habitação ecologicamente correta utilizando-se materiais que sejam menos agressivos a natureza, para a sua confecção. Igualmente buscou-se entender os conceitos de sustentabilidade como: energias alternativas, captação das águas pluviais, iluminação e ventilação natural, separação e coleta seletiva do lixo, além de tecnologias alternativas e materiais existentes para a edificação de uma habitação sustentável. Como resultado integrou-se as aspirações e os conceitos de sustentabilidade e criou-se um anteprojeto de uma habitação sustentável para moradores conscientes do problema ecológico atual. Constatou-se que hoje existe uma série de materiais e tecnologias que podem ser empregadas para tornar uma habitação sustentável, ou seja, integrando o homem, a sua habitação e o meio ambiente, gerando maior qualidade de vida.

Palavras-chave: Casa Ecológica. Sustentabilidade. Seleção de lixo. Tecnologias alternativas.


LISTA DE FIGURAS:

Figura 01: Composição do Eco telhado..................................08
Figura 02: Telhado verde...........................................................08
Figura 03: Tipos de tijolos solo cimento..................................10
Figura 04: Modelos de colunas.................................................10
Figura 05: Bacia sanitária com caixa acoplada.....................12
Figura 06: Torneira hidromecânica..........................................13
Figura 07: Lixeiras seletivas.....................................................13
Figura 08: Casa popular – Tibagi – PR..................................14
Figura 09: Casa popular – Alvorada RS..................................15
Figura 10: Foto de sobrado com tijolo solo cimento..............16
Figura 11: Casa da top Gisele Bündchen em Los Angeles – EUA..............................................................................................16
Figura 12: Armação para viga feita de bambu.......................18
Figura 13: Planta de bambu......................................................18
Figura 14: Sistema de energia fotovoltaica............................19
Figura 15: Turbina eólica horizontal.........................................21
Figura 16: Turbina eólica vertical.............................................22
Figura 17: Captação de águas das chuvas............................23
Figura 18: Caixa de contenção de sólidos.............................24
Figura 19: Filtro para redução de impurezas..........................25

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANEEL Agencia Nacional de Energia Elétrica
CECC Curso de Especialização em construção civil
CEET Centro Empresarial Tecnológico
CO2 Dióxido de carbono
ENG Engenheiro/Engenharia
EPE Empresa de pesquisa energética
ES Espírito Santo
EUA Estados Unidos da América
GOV Governo
GW Gigawatt
MW Megawatt
NEA Núcleo de Energia Alternativa
NORIE Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação
O2 Oxigênio
PUC Pontificie Universidade Católica
UFMA Universidade Federal do Maranhão
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..............................................................07
2 ALVENARIA..................................................................09
2.1 VANTAGENS DO TIJOLO SOLO-CIMENTO..............11
2.1.1 Preservando o Meio Ambiente.....................................12
2.1.2 - Programa EcoMoradia..................................................14
2.1.3 – Uso do Bambu na Construção Civil............................17
2.1.4 – Energia Fotovoltaica....................................................19
2.1.5 – Energia Eólica...............................................................21
2.1.6 – Utilização das Águas das Chuvas..............................23
2.1.7 – Reuso das Águas Servida...........................................24
3 CONCLUSÃO...............................................................26
REFERÊNCIAS........................................................................27


1 - INTRODUÇÃO


''Não existe a casa absolutamente ecológica. O que pode existir é uma casa com impacto ambiental bem menor que o das casas tradicionais. (Geração Móvel – www.paepica.blogspot.com.br)
De acordo com a arquiteta e urbanista Cecília Lucarelli as “casas ecológicas ou casas verdes” são aquelas com práticas ecológicas e que utilizam reciclagem de material, ou de alguma forma proporcionam vantagens econômicas ao meio ambiente e menos impacto á natureza. Além da economia averiguada no final da obra, a manutenção da casa também acaba pesando menos no bolso. O tijolo ecológico solo cimento, por exemplo, é um facilitador na hora de levantar as paredes. Uma casa de pequeno porte, algo em torno de 40 m², pode ter todas as paredes erguidas em apenas três dias, o tijolo ecológico não utiliza cimento, pois têm desenhos e encaixes, o que economiza tempo, material, mão de obra e elimina desperdícios. 
Em Ponta Grossa há opções no mercado, para se construir uma casa ecologicamente correta. Há produção local, por exemplo, de tijolos solo cimento, de telhas ecológicas, feitas com caixas de embalagens tetrapak recicladas. Porem a falta de mão de obra especializada para estes tipos de materiais e o conservadorismo quanto aos métodos convencionais dificultam o seu uso, entre a população, destes materiais. Placas de aquecimento solar nos telhados também já são utilizadas, assim como alguns sistemas de captação de água da chuva. Há muitos tipos de equipamentos à venda para este fim.
Porem, uma das técnicas que é chamada Ecotelhado, ou “telhado verde” ainda é desconhecido na cidade. Trata-se de um jardim suspenso, que consiste na aplicação e uso de solo e vegetação sobre uma camada impermeável, geralmente instalada na cobertura de residências, indústrias, escritórios ou qualquer tipo de edificação. Entre as vantagens estão a facilitação da drenagem, o isolamento térmico e acústico, o diferencial estético e ambiental na edificação. O telhado verde proporciona também um ambiente muito mais fresco do que os telhados convencionais, mantendo o edifício protegido de temperaturas extremas, especialmente no verão, reduzindo em até 3°C a temperatura interna. Em ambientes totalmente urbanos, promovem o reequilíbrio ambiental, trazendo os benefícios da vegetação para a saúde pública e a biodiversidade, quando com plantas nativas do local. Os telhados verdes contam com painéis solares que podem proporcionar a redução no consumo de energia elétrica. Ele também mantém a umidade relativa do ar constante no entorno da edificação, forma um microclima e purifica a atmosfera no entorno da edificação, formando um micro ecossistema. Contribui no combate ao efeito estufa, aumentando o ‘sequestro’ de carbono da atmosfera e ao mesmo tempo traz bem estar e beleza para os moradores locais. (Gisele Wardani) Jornal diário dos campos - Publicado em: 02/09/2012 Caderno B. www.diariodoscampos.com.br

Figura 02: Telhado Verde
Fonte: Jornal Diário dos campos

Figura 01: Composição do Eco Telhado 
Fonte: Jornal diário dos campos





2 – ALVENARIA

Atualmente existem vários tipos de blocos e tijolos que podem ser utilizados, mas como se trata de uma habitação que busca sustentabilidade, optou-se pelo tijolo ecológico (solo-cimento).
Tijolo ecológico ou de solo-cimento – é feito de uma mistura de solo e cimento, nove partes de terra para uma de cimento, solo este que não pode conter materiais orgânicos, pois não daria resistência ao tijolo, que depois são prensados a uma força entre seis e trinta e seis toneladas (veja especificação de cada máquina), ficam 72hs curando a sombra pulverizando-se água de duas a quatro vezes ao dia, dependendo da temperatura no local, portanto seu processo de fabricação não exige queima em fornos à lenha, o que evita desmatamentos e a emissão de resíduos tóxicos no meio ambiente. Aos sete dias o tijolo já apresenta de 60 a 65% da resistência de cálculo, e já pode ser transportado e utilizado, mas com muito cuidado. Após 28 dias a cura esta completa e o tijolo apresenta cerca de 95% da resistência de cálculo, este é o prazo ideal para o transporte e utilização do tijolo. Para o assentamento, no lugar de argamassa comum é utilizada uma cola especial vendida pelos fabricantes do tijolo. Possui dois furos internos que permitem embutir a rede hidráulica e elétrica, dispensando o recorte das paredes. 
O sistema é modular e produz uma alvenaria uniforme, o que diminui as perdas no reboco. Os tijolos ecológicos são mais leves que os comuns e possuem resistência superior. Uma edificação com esse material requer menos ferragens e principalmente menos argamassa. Os furos reduzem o peso da obra e também formam câmaras termo acústicas, controlando a temperatura interior da casa, além de reduzir a poluição sonora. (Revista Arquitetura & Construção - jan/94)

Figura 03: Tipos de tijolos solo cimento
Fonte: vimaqprensas


Figura 04: Modelos de colunas 
Fonte: vimaqprensas


2.1 - VANTAGENS DO TIJOLO SOLO CIMENTO

1. Diminuição do tempo de construção (devido aos encaixes, que favorecem o alinhamento e prumo da parede);
2. Estrutura mais segura: como as colunas são embutidas nos furos, a carga de peso é mais bem distribuída;
3. Redução no uso de madeiras nas caixarias dos pilares e vigas;
4. Economia de 70% do concreto e argamassa de assentamento e de 50% de ferro;
5. Maior durabilidade, podendo ser até seis vezes mais resistentes que os convencionais;
6. Fácil acabamento, já que pode ser utilizado apenas com um impermeabilizante, podendo dispensar o uso de tintas e outros acabamentos. O assentamento dos azulejos também pode ser feito diretamente sobre os tijolos;
7. Isolamento térmico e acústico, gerados pelos furos no meio dos tijolos, que formam câmaras de ar;
8. Instalações hidráulicas e elétricas podem ser realizadas através dos furos.

* Lembrando que as colunas é que sustentam a obra e os tijolos são para preencher os vazios, devemos considerar que a massa para o assentamento tem função específica, esta função é regularizar e calçar os tijolos e não cola-los, como a maioria pensa, sem a massa para calçamento os tijolos ficarão em posição que consequentemente se quebrarão com o peso. (Eco tijolos).

2.1.1 - Preservando o Meio Ambiente

Uma casa ecologicamente correta mostra que a luta pela preservação do meio ambiente pode começar na sua própria residência, mesmo sendo esta do tipo convencional. No banheiro, por exemplo, você pode descobrir como economizar água e energia elétrica, trocando a válvula de descarga por uma bacia com caixa acoplada, pode-se economizar de 6 a 24 litros de água por descarga, com o mesmo efeito, banhos mais curtos economizam energia elétrica. Na cozinha, uma torneira pingando desperdiça 40 litros de água por dia, ao trocar sua geladeira adquira uma com a certificação 'greenfreeze' são eletrodomésticos que não atacam a camada de ozônio. Até no cesto de lixo você aprenderá como evitar o desmatamento, selecionando seu lixo separando o lixo seco do lixo orgânico, podendo desta forma produzir adubo caseiro para plantas e verduras sem o uso de agrotóxicos. Utilizando-se das lixeiras seletivas faremos a separação dos diversos tipos de materiais que poderão ser destinados cada um para sua devida reciclagem, garantindo assim menos lixo na natureza e por consequência uma fonte de renda para varias famílias que sobrevivem deste tipo de trabalho. (Profª Adelina Nascimento – PROTESTE).

Figura 05: Bacia Sanitária com caixa acoplada
Fonte: www.balaroti.com.br 

Figura 06: Torneira hidromecânica
Fonte: www.balaroti.com.br

Segundo Lima (2006), o Brasil produz cerca de 100 mil toneladas de lixo por dia, mas recicla menos de 5% do lixo urbano, um índice muito baixo se comparado com a quantidade de material reciclado nos Estados Unidos e na Europa, que chega a 40%. De tudo que é jogado fora diariamente no Brasil cerca de 35% poderia ser reciclado e reutilizado e outros 35% poderiam ser transformados em adubo orgânico. Hoje o que superlota o lixo urbano não são restos de alimentos, mas embalagens plásticas (que levam mais de 100 anos para se decompor), papéis (de 3 a 6 meses) e vidro (mais de 4.000 anos).

Figura 07: Lixeiras seletivas
Fonte: world clean

2.1.2 - PROGRAMA DE MORADIA 

No município de Tibagi, nos campos gerais, a administração municipal gestão 2009/2012, lançou o Programa municipal de habitação “Ecomoradia” que promove o associativismo/cooperativismo para a geração de trabalho e renda, reduzindo o déficit habitacional oferecendo moradias de baixo custo e também de menos impacto ambiental da construção utilizando tijolos ecológicos, telhas de embalagens recicladas e madeira de florestas certificadas. O município treina os pretendentes ao sistema habitacional municipal – PROLAR – e estes por sua vez irão construir suas próprias casas, recebendo o material ecológico do órgão público que os adquiri de empresas certificadas. O programa adquiriu inclusive uma máquina de prensar tijolos que eram fabricados pelos associados para posterior utilização na construção das ecomoradias.
Figura 08: Casa popular Tibagi PR
Fonte: Acervo do aluno

Num projeto semelhante, nas cidades de Alvorada e Nova Hartz no RS, as Administrações municipais também constroem casas populares para a população de baixa renda. Segundo o coordenador do projeto Eng. Sattler, uma residência sustentável tem preocupação com a questão ambiental desde a aquisição dos materiais até a execução da obra. Além disso, a casa sustentável precisa aproveitar as características naturais do local onde é construída. Por isso, conforme Sattler, ‘’é mais fácil pensar uma construção sustentável antes de sua edificação do que tentar adaptar um prédio já existente, pois não seria viável derrubar uma edificação já existente para construir uma ecológica no lugar’’.


Figura 09: Casa popular – Alvorada RS
Fonte: norie - UFRGS
     
As moradias populares desenvolvidas sob os preceitos da casa sustentável são, de acordo com Sattler, maiores e mais confortáveis do que as habitações populares comuns. Ele conta que uma experiência efetiva com casas populares sustentáveis foi feita em Nova Hartz, no Rio Grande do Sul.

As fotos abaixo dão uma ideia de que não são somente casas populares que são edificadas com os tijolos solo-cimento.

Figura 10: Sobrado feito com tijolo solo cimento
Fonte: Revista Architetural Digest.
Figura 11: Casa da top Gisele Bundchen em los Angeles - EUA
Fonte: Revista Architetural Digest.

2.1.3 - SUBSTITUIÇÃO DO AÇO PELO BAMBU NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O bambu pode substituir o aço em construções de casas, muros, prédios, entre outras obras. Khosrow Ghavami, que há mais de 20 anos desenvolve estudos sobre o uso do bambu e outros materiais, que podem baratear o custo da construção civil é professor titular do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio e vem desenvolvendo pesquisas sobre a substituição do aço pelo bambu na fabricação de estruturas de concreto. Segundo ele, o material tem resistência suficiente para ser utilizado na fabricação das estruturas. Tratando-se de resistência, o bambu é comparado tanto com o aço quanto com a madeira, apesar de entre os três apresentar o menor peso específico, é um material de grande resistência física, podendo ser utilizado para treliças de telhado, estruturas de vigas, pilares, escadas, etc. 
No caso de uma concretagem com bambu, o bambucreto, é preciso evitar a presença de ar no interior da massa, o que evitara rachaduras após a secagem. Depois todo processo é idêntico ao tradicional. Quando for usada a emulsão asfáltica, deve-se tomar muito cuidado para impermeabilizar o bambu seco, porque o excesso dessa emulsão funciona como lubrificante, e o bambu não adere ao concreto, ao se usar o bambu como reforço em concreto, o caule deve ter cerca de três anos de idade e ter sido cortado a pelo menos um mês, recomenda-se usar impermeabilizante, que também previne a expansão dentro do concreto. Os defensores do uso do bambu na construção civil ressaltam a questão econômica como grande diferencial, e também a questão da redução do impacto ambiental, já que este é um material natural e renovável. O bambu é capaz de retirar da atmosfera cerca de 60 toneladas de CO2 por hectare plantado/ano (aproximadamente três vezes mais que uma floresta nativa ou de reflorestamento), e liberar aproximadamente 35% a mais de O2. Dono de extensas reservas naturais, localizadas em áreas tropicais e subtropicais, o Brasil pode obter uma boa economia de recursos com a utilização do bambu na construção civil.
Figura 12: Armação para viga/pilar com Bambu
Fonte: www.cecc.eng.ufmg.br

Figura 13: Planta do bambu
Fonte: www.cecc.eng.ufmg.br

2.1.4 - ENERGIA FOTOVOLTAICA
A energia fotovoltaica é uma alternativa viável para complementar a geração de eletricidade nas edificações. Pode ser usada em qualquer local, gerando eletricidade no próprio ponto de consumo, sem a necessidade de levar a eletricidade através de linhas de transmissão ou distribuição. Pode ser empregada em todo o território nacional, em áreas rurais e urbanas, produzindo eletricidade limpa e renovável a partir da luz do Sol.

Figura 14 – Sistema de energia Fotovoltaica
Fonte: Baima, 2005.

As fontes de energia podem ser classificadas em três tipos: fósseis, incluindo petróleo, carvão e gás natural; nucleares; e solares, incluindo os raios solares e a energia consequente deles, tais como ondas e ventos. Em uma análise superficial, as energias renováveis, aparentemente, apresentam-se com preço final da energia mais elevado do que o sistema convencional de fornecimento de eletricidade. Entretanto a simplicidade com que esta energia é gerada promove uma consequente redução de custos quando todos os processos necessários são contabilizados. Os recursos fósseis precisam ser extraídos dos locais onde estão concentrados, transportados para as refinarias onde são preparados para a queima, movidos novamente para as usinas e, após a geração de eletricidade, esta deve ser transmitida através de linhas de alta tensão para o consumidor, enquanto que os resíduos devem ser eliminados. A utilização de máquinas rotativas, tais como turbina e gerador, necessitam de uma rotina de manutenção mais complexa, devido ao desgaste natural das peças móveis, além de gerar poluição sonora durante o seu funcionamento. 
A energia solar, por outro lado, não necessita ser extraída, refinada e nem transportada para o local da geração, o qual é próximo à carga, evitando também os custos com a transmissão em alta tensão. Utiliza células solares, responsáveis pela geração de energia, e um inversor para transformar a tensão e frequência para os valores nominais dos aparelhos. Este processo é bem mais simples, sem emissão de gases poluentes ou ruídos e com necessidade mínima de manutenção. Os custos envolvendo todas estas etapas necessárias para a geração de energia devem ser computados no momento em que se compara a energia solar com as outras fontes. Devido à sua simplicidade, esta forma renovável de obter eletricidade possui vantagens econômicas. (NEA/ UFMA, 2006).

2.1.5 - ENERGIA EÓLICA

Denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas massas de ar em movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da energia cinética de translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também denominadas aerogeradores, para a geração de eletricidade, ou cataventos (e moinhos), para trabalhos mecânicos como bombeamento d’água. Assim como a energia hidráulica, a energia eólica é utilizada há milhares de anos com as mesmas finalidades, a saber: bombeamento de água, moagem de grãos e outras aplicações que envolvem energia mecânica. Para a geração de eletricidade, as primeiras tentativas surgiram no final do século XIX, mas somente um século depois, com a crise internacional do petróleo (década de 1970), é que houve interesse e investimentos suficientes para viabilizar o desenvolvimento e aplicação de equipamentos em escala comercial.

Figura 15: Turbina eólica horizontal
Fonte: www.aneel.gov.br

A primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública foi instalada em 1976, na Dinamarca. Atualmente, existem mais de 30 mil turbinas eólicas em operação no mundo. Em 1991, a Associação Europeia de Energia Eólica estabeleceu como metas a instalação de 4.000 MW de energia eólica na Europa até o ano 2000 e 11.500 MW até o ano 2005. Essas e outras metas estão sendo cumpridas muito antes do esperado (4.000 MW em 1996, 11.500 MW em 2001). As metas atuais são de 40.000 MW na Europa até 2010. Nos Estados Unidos, o parque eólico existente é da ordem de 4.600 MW instalados e com um crescimento anual em torno de 10%. Estima-se que em 2020 o mundo terá 12% da energia gerada pelo vento, com uma capacidade instalada de mais de 1.200GW. (GREENPEACE, 2003; WIND FORCE, 2003).

Figura 16: Turbina eólica vertical
Fonte: www.aneel.gov.br

O Brasil provavelmente recuará em seus planos de novas usinas nucleares devido a preocupações com segurança após o vazamento de 2011 no Japão, e promoverá por outro lado uma "revolução" na energia eólica, disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Ele disse que era "improvável" que o governo mantenha seus planos de construir quatro novas usinas nucleares até 2030 para atender a crescente demanda por eletricidade. Em 2013, o Brasil deve dar um salto histórico em relação à capacidade de energia eólica instalada, pulando da 20ª posição em geração de energia através dos ventos para a quarta. O País irá dividir a colocação de quarto maior produtor no setor com a Alemanha.

2.1.6 - UTILIZAÇÃO DA AGUA DA CHUVA

Os sistemas de coleta e utilização de água da chuva surgem como um meio de conservação da água e, também, como alternativa para minimizar a sua escassez. Além disso, a utilização de água da chuva gera vários benefícios que podem ser destacados, tais como controle da drenagem, prevenção de enchentes, conservação de água, restauração do ciclo hidrológico em áreas urbanas e educação ambiental.
Segundo Tomas (2008), uma comissão formada na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) vem realizando um projeto de norma, a CEET 00.001.775, para o aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis. Algumas cidades, como Vitória, no Espírito Santo, e São Paulo, vêm tornando esta prática uma realidade através de projetos de lei.
Em Vitória/ ES, de acordo com uma nova lei que altera o Código de Edificações da Cidade, os novos condomínios e casas do município deverão ter sistemas de aproveitamento de água das chuvas. O autor da idéia, o Sr. Reinaldo Matiazzi, diz que o processo consiste na captação e na utilização da água das chuvas na cobertura das edificações. Essa água passará a ser recolhida em reservatórios específicos e, mais tarde, utilizada para regar jardins e hortas, para lavar pisos, calçados, roupas e veículos, entre outros. (http://www.agua-de-chuva.com apud FIORIN, 2005).

Figura 17: Captação das águas das chuvas
Fonte: www.ecocasa.com.br

2.1.7 - REUSO DE AGUAS SERVIDAAS 

O reuso consiste na utilização da água mais de uma vez, partindo do princípio básico de só reutilizá-la em atividades que não requeiram qualidade mínima imposta pelos padrões e normas sanitárias. As mesmas são provenientes de chuveiro, lavatório e tanque de lavagem de roupa, e passam por um processo de filtração, armazenamento e reutilização para lavagem de calçadas, carros e descarga de sanitários. As águas servidas são classificadas em águas negras e águas cinza (VIGGIANO, 2007).
As águas negras são aquelas provenientes do vaso sanitário e da pia de cozinha, ou seja, ricas em matéria orgânica e bactérias com potencial patogênico. Já as águas cinza, são aquelas provenientes do chuveiro, banheira, lavatório de banheiro e máquina de lavar roupas, sendo ricas em sabões, sólidos suspensos e matéria orgânica e podem possuir pequenas quantidades de bactérias. Por este motivo, as águas cinza são aquelas que mais se prestam ao reuso em residências. Isto se dá pelo fato de que, tendo índices muito menores de matéria orgânica e bactérias, estas águas são tratadas com maior facilidade e, consequentemente, o retorno do investimento aplicado nos equipamentos do sistema virá em um tempo consideravelmente menor. (VIGGIANO, 2007).
O sistema de pré-tratamento é composto por: caixa de retenção de sólidos, reservatório de águas servidas e filtro para redução de impurezas.

Figura 18: caixa de contenção de sólidos
Fonte: www.ecocasa.com.br


Figura 19: Filtro para redução de impurezas
Fonte: www.ecocasa.com.br



3 - CONCLUSÃO

A realização deste trabalho inspirou-se na grande importância por apresentar preocupações com relação às questões ambientais e sua relação com o homem e sua moradia. Demonstra que atualmente existem muitas empresas preocupadas com a questão ambiental, fabricando produtos que possam minimizar este problema. O que falta é eles serem empregados nas edificações. É necessário mais pesquisas nesta área, bem como o repasse das informações e treinamento dos profissionais da área. 
Com relação à sustentabilidade da edificação, descobriu-se a existência de inúmeros materiais e tecnologias disponíveis no mercado, além de outras sendo desenvolvidas e que com certeza já possibilitam projetos diferenciados, ou seja, mais verdes, proporcionando mais qualidade de vida para as pessoas.
Com relação aos demais materiais relacionados para coberturas, alvenarias, energia solar, energia eólica, captação da água da chuva, reuso das águas servidas, separação e coleta do lixo, existem múltiplas tecnologias e materiais disponíveis no mercado. Muitas empresas conscientes da sua responsabilidade perante a sociedade e a preservação do meio ambiente vêm tornando-as empresas “amigas” do meio ambiente, procurando não emitir poluição. A Proposta de Habitação Sustentável para população de baixa renda, adaptando sua infraestrutura para estes fins. Existem também vários materiais em fase de testes que muito em breve estarão disponíveis no mercado nacional.
É importante destacar que se a proposta for posta em prática deve-se verificar o custo/benefício de cada tecnologia e material construtivo sugerido. Ao entregar as casas aos mutuários, juntamente com o habite-se deve ser oferecido um manual de instrução contendo informações sobre os materiais utilizados na edificação e o funcionamento das tecnologias para não ocorrer problemas posteriores decorrentes do mau uso desses itens.

REFERÊNCIAS

ABNT/CEET – Comissão de Estudo Especial Temporária de Aproveitamento de Água de Chuva (ABNT, 2008).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10835 - Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural - Forma e dimensões – Padronização
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10836 - Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural - Determinação da resistência à compressão e da absorção de água - Método de ensaio
LIMA, T. V. Estudo da produção de blocos de solo-cimento com matérias-primas no núcleo urbano da Cidade de Campos dos Goytacazes – RJ. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), Campos dos Goytacazes: Universidade Estadual do Norte Fluminense, 2006, 107p.;
MERCADO, M. C., Solo-cimento: alguns aspectos referentes à sua produção e utilização em estudo de caso. Dissertação (Mestrado) São Paulo: FAU USP, 1990;
VIGGIANO, M. H. S., Cartilha edifícios públicos sustentáveis. Senado verde. Brasília, 2010.
www.agua-de-chuva.com 
www.balaroti.com.br
www.clicrbs.com.br/‎
www.aneel.gov.br
www.ecocasa.com.br
www.sitengenharia.com.br
www.ufrgs.br