domingo, 23 de fevereiro de 2014

Alcalóides, codeína, cafeína, cocaína etc

Coleta de amostras alcalóides 

  • O Senhor produziu da terra os medicamentos; o homem sensato não os desprezará, aconselha o Eclesiástico, 39, 4; no entanto, muito antes desta alusão no texto sagrado à fitoterapia, ou medicação pelas plantas, já fora criado, divulgado e transmitido, entre as mais antigas civilizações conhecidas, o hábito de recorrer às virtudes curativas de certos vegetais; pode afirmar-se que se trata de uma das primeiras manifestações do antiquíssimo esforço do homem para compreender e utilizar a Natureza como réplica a uma das suas mais antigas preocupações; a que é originada pela doença e pelo sofrimento.
É admirável que todas as civilizações, em todos os Continentes, tenham desenvolvido, a par da domesticação e da cultura das plantas para fins alimentares, a pesquisa das suas virtudes terapêuticas. Mas é talvez ainda mais admirável que este conjunto de conhecimentos tenha subsistido durante milênios, aprofundando-se e diversificando-se, sem nunca, porém, cair totalmente no esquecimento.
A utilização das propriedades do ópio obtido da dormideira ( Digitalis lanata ), 4 mil anos antes de se conhecer o processo de extração da morfina, é, sob esse ponto de vista, bem significativa da perenidade destes conhecimentos, que durante muito tempo permaneceram empíricos, e que, desde há alguns séculos, o processo das ciências modernas tornou mais rigorosos.
  • Mesmo atualmente, apesar do espetacular desenvolvimento da quimioterapia, a fitoterapia continua a ser muito utilizada, readquirindo até um certo crédito desde que foram divulgadas as conseqüências, por vezes nefastas, do abuso dos compostos químicos.
Para se ter uma visão de conjunto do progresso dos conhecimentos humanos referentes às plantas medicinais, devem distinguir-se 3 grandes períodos. Durante as Antiguidades Egípcias, Grega e Romana acumulam-se numerosos conhecimentos empíricos que serão transmitidos, especialmente por intermédio dos árabes, aos herdeiros europeus dessas civilizações desaparecidas.
  • Finalmente no final do século XVIII, o progresso muito rápido das ciências modernas veio enriquecer e diversificar em proporções extraordinárias os conhecimentos sobre as plantas, os quais atualmente se apoiam em ciências tão variadas como a Paleontologia, a Geografia, a Citologia, a Genética, a Histologia, e a Bioquímica.
Também podemos observar o conhecimento progressivamente adquirido das regras de dosagens específicas para cada droga; esta prática ampliou-se ao fabrico e à administração de todos os remédios e pode-se afirmar que nasceu assim a receita médica e a
respectiva posologia.
  • Estes conhecimentos médicos iniciados no antigo Egito, divulgaram-se nomeadamente na Mesopotâmia. Em 1924, o doutor Reginald Campbell Thompson, do Museu Britânico, conseguiu identificar 250 vegetais, mineiras e substâncias diversas cujas
virtudes terapêuticas, os médicos Babilônios haviam utilizado, especialmente a beladona, administrada contra os espasmos, a tosse e a asma; os pergaminhos da Mesopotâmia mencionam o cânhamo indiano, ao qual se reconhecem propriedades analgésica que se receita para bronquite reumatismo e insônia.
  • O longo período que se seguiu no Ocidente, a queda do Império Romano, designado universalmente por Idade Média, não foi exatamente uma época caracterizada por rápidos progressos científicos. Os domínios da ciência, da magia e da feitiçaria, tendem freqüentemente a confundir-se; drogas como meimendro-negro, a beladona e a mandrágora, serão consideradas como plantas de origem diabólica.
Assim Joana d Arc será acusada de atormentar os ingleses pela força e virtude mágica de uma raiz de mandrágora escondida sob a couraça. Contudo não é possível acreditar que na Idade Média se perderam completamente os conhecimento adquiridos durante os milênios precedentes.
  • O desenvolvimento das rotas marítimas coloca efetivamente a Europa no centro do mundo, os produtos dos países longínquos abundam e entre eles as plantas até aí desconhecidas, com virtudes por vezes surpreendentes os conquistadores suportaram eles próprios a experiência das propriedades mortais do curare; a casca de quina é utilizada para baixar a temperatura nas febres palúdicas muito antes de se ter conhecimento de como dela se extrair a quinina; a América dá ainda a conhecer as virtudes anestésicas e estimulantes da folha de coca. No encalce dos descobridores prosseguem os exploradores, missionários como o padre Plumier, botânicos como Tournefort, que, em 1792, regressa do Oriente com 1356 plantas então desconhecidas na Europa.
Finalmente, os esforços de classificação culminam em 1735 com a publicação do SYSTEMA NATURAE, de Lineu. O grande naturalista sueco adota como princípio de destinação e classificação a distribuição dos órgãos sexuais nas flores e as características dos órgãos masculinos, os estames. Para ele, os dois grandes ramos em que se divide o reino vegetal são o das Criptogâmicas, em que os estames e o pistilo são invisíveis a olho nu, e o das
  • Fanerogâmicas, em que estes são visíveis. Dentro destas últimas, por sua vez, estabelecem-se 23 classes, segundo critérios morfológicos. Depois de Lineu, os trabalhos dos irmãos Jussieu, Josseph, Antoine e Bernard, bem como os de seu sobrinho, Antoine Laurent de Jucieu, desenvolveram ulteriormente a botânica descritiva e contribuíram para o aperfeiçoamento da classificação sistemática, sem terem esgotado todas as suas possibilidades.
Se fizer uma retrospectiva do caminho percorrido desde as primeiras receitas conhecidas da época da sexta dinastia Egípcia, verificar-se-á que foi uma longa caminhada; contudo, comprovar-se-á que ela sempre se desenvolveu na mesma direção, sem mudanças radicais. O catálogo das plantas medicinais enriqueceu-se, a descrição das características dos simples e a indicação de suas utilizações foram aprofundadas, a classificação das suas espécies foi feita com base científica.A medicina pelas plantas: um longo percurso que não está ainda próximo do fim...
  • MARTINS (1995) cita, que o uso de plantas medicinais pela população mundial tem sido muito significativo nos últimos tempos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial fez o uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável. Desse total, pelo menos 30% deu-se por indicação médica.
A utilização de plantas medicinais, tem inclusive recebido incentivos da própria OMS. São muitos os fatores que vêm colaborando no desenvolvimento de práticas de saúde que incluam plantas medicinais, principalmente econômicos e sociais. Entretanto segundo FURLAN (1998), ainda hoje persiste um ar de mistério quando utilizamos estas plantas, principalmente em virtude das suas relações com a mitologia.
  • "As plantas medicinais brasileiras não curam apenas, fazem milagres". Com esta célebre frase, Von Martius definiu bem a capacidade de nossas ervas medicinais. É bem provável que das cerca de 200.000 espécies vegetais que possam existir no Brasil, na opinião de alguns autores, pelo menos a metade pode ter alguma propriedade terapêutica útil à população, mas nem 1% dessas espécies com potencial foi motivo de estudos adequados. As pesquisas com estas espécies devem receber apoio total do poder público, pois, além do fator econômico, há que se destacar a importância para a segurança nacional e preservação dos ecossistemas onde existam tais espécies - MARTINS (1995).
Ainda segundo MARTINS (1995), muitas substâncias exclusivas de plantas brasileiras encontram-se patenteadas por empresas ou órgãos governamentais estrangeiros, porque a pesquisa nacional não recebe o devido apoio. Hoje em dia, o custo para desenvolver medicamentos sintéticos ou semissintéticos é muito elevado e tem se mostrado pouco frutífero.
  • Os trabalhos de pesquisa com plantas medicinais, via de regra, originam medicamentos em menor tempo, com custos muitas vezes inferior e, consequentemente, mais acessíveis à população, que, em geral, encontra-se sem quaisquer condições financeiras de arcar com os custos elevados da aquisição de medicamentos que possam ser utilizados como parte do atendimento das necessidades primárias de saúde, principalmente porque na maioria da vezes as matérias primas utilizadas na fabricação desses medicamentos são importadas. Por esses motivos ou pela deficiência da rede pública de assistência primária de saúde, cerca de 80% da população brasileira não tem acesso aos medicamentos ditos essenciais.
Outro ponto a se observar, segundo FURLAM (1998), é que deverá contribuir para uma maior atenção na área de cultivo é o fato de que cerca de 30% dos US$ 300 bilhões referentes ao mercado de medicamentos são relacionados aos produtos obtidos de vegetais.
  • Voltando a MARTINS (1995), as plantas medicinais, que têm avaliadas a sua eficiência terapêutica e a toxicologia ou segurança do uso, dentre outros aspectos, estão cientificamente aprovadas a serem utilizadas pela população nas suas necessidades básicas de saúde, em função da facilidade de acesso, do baixo custo e da compatibilidade cultural com as tradições populares. Uma vez que as plantas medicinais são classificadas como produtos naturais, a lei permite que sejam comercializadas livremente, além de poderem ser cultivadas por aqueles que disponham de condições mínimas necessárias. Com isto, é facilitada a automedicação orientada nos casos considerados mais simples e corriqueiros de uma comunidade, o que reduz a procura pelos profissionais de saúde, facilitando e reduzindo ainda mais o custo do serviço de saúde pública.
Segundo ACCORSI (1994), além da medicina popular existem inúmeras outras alternativas terapêuticas, algumas muito antigas e outras mais contemporâneas. Entre elas, citamos: Acunpuntura, Algoterapia, Balneoterapia, Climatoterapia, Dietética, Doin, Ergoterapia, Fitoterapia, Hidroterapia, Homeopatia, Macrobiótica, Massoterapia, Oligoterapia, Talasoterapia, Vertebroterapia, Probiótica, etc. Atualmente, as plantas medicinais são estudadas cientificamente pela Fitoterapia, que explica, à luz da Fitoquímica, a razão porque as plantas curam.
  • ROCHA (1998) cita que após a série de transformações tecnológicas que faz da planta medicinal uma droga vegetal, esta contém um certo número de substâncias que, na maior parte dos casos, agem sobre o organismo humano. É a fitoquímica (química dos vegetais), que se encarrega de estudar estas substâncias ativas, a sua estrutura, a sua distribuição na planta, as suas modificações e os processos de transformação que se produzem no decurso da vida da planta, durante a preparação do remédio vegetal e no período de armazenagem. A fitoquímica está em estreita ligação com a farmacologia (estudos dos efeitos das substâncias medicinais sobre o organismo humano, do mecanismo e da velocidade da sua ação, do processo de absorção e eliminação, das suas indicações, isto é, do uso contra determinadas doenças). A farmacologia, por seu lado, é indissociável da medicina clínica.
Ainda segundo ROCHA (1998), as substâncias ativas das plantas medicinais são de dois tipos: os produtos do metabolismo primário (essencialmente sacarídeos), substâncias indispensáveis à vida da planta que se formam em todas as plantas verdes graças à fotossíntese; o segundo tipo de substâncias é composto pelos produtos do metabolismo secundário, ou seja, processos que resultam essencialmente da assimilação do azoto (nitrogênio amínico). Estes produtos parecem freqüentemente ser inúteis a planta, mas os seus efeitos terapêuticos, em contrapartida, são notáveis. Trata-se designadamente de óleos essenciais (ou essências naturais), resinas, alcalóides como os do ópio.
  • Geralmente, estas substâncias não se encontram na planta em estado puro, mas sob a forma de complexos, cujos diferentes componentes se completam e reforçam na sua ação sobre o organismo. No entanto, mesmo quando a planta medicinal só contém uma substância ativa, esta tem sobre o organismo humano um efeito mais benéfico que o produzido pela mesma substância obtida por síntese química.
Esta propriedade apresenta um grande interesse para a fitoterapia, tratamento através das plantas ou das substâncias de origem vegetal. A substância ativa não é unicamente um composto químico, mas apresenta também um equilíbrio fisiológico, é mais bem assimilada pelo organismo e não provoca efeitos nocivos. É nisso que reside a grande vantagem da medicina natural.
  • Segundo ACCORSI (1994), os laboratórios farmacêuticos de manipulação preparam os produtos fitoterápicos com os princípios ativos extraídos das plantas medicinais. Quando os princípios ativos causam intoxicações no homem ou em animais, as plantas são denominadas venenosas ou tóxicas. A única distinção entre plantas medicinais e plantas tóxicas está nos efeitos, no organismo, dos seus princípios ativos. Os princípios ativos são extraídos dos órgãos das plantas pelos métodos indicados pela farmacologia, com os quais preparam os remédios vegetais ou fitoterápicos.
Pode citar-se como exemplo o ópio, látex seco das cápsulas da dormideira (Papaver somniferum ou papoula-dormideira), contendo, entre muitas substâncias, um grande número de alcalóides importantes. Cada alcalóide isolado tem uma ação totalmente diferente do ópio no seu conjunto e provoca, no organismo humano, efeitos específicos, típicos e originais (efeitos farmacológicos). O mesmo se passa com os glucosídeos da digital.
  • Toda uma série de métodos modernos permitem por em evidência a presença nos vegetais de determinadas substâncias.
Em primeiro lugar, o estudo microscópico, relativo à estrutura anatômica e morfológica do corpo vegetal (atlas microscópicos das drogas vegetais), depois os métodos físicos, como a microsublimação, que consiste em aquecer uma pequena quantidade de droga e fixar sobre um vidro as emanações, que são em seguida analisadas através de métodos químicos. Certas substâncias podem ser detectadas pela sua fluorescência quando iluminadas por uma lâmpada de mercúrio.
  • As técnicas especiais da química qualitativa e quantitativa permitem também despistar a presença de determinada substância. Estes métodos são descritos em artigos especializados, obedecem a normas estabelecidas a nível nacional e às exigências relativas a qualidade das plantas medicinais.
A natureza química da droga é determinada pelo seu teor em substâncias pertencentes aos seguintes Grupos Principais: alcalóides, glucosídeos, saponinas, princípios amargos, taninos, substâncias aromáticas, óleos essenciais e terpenos, óleos gordos, glucoquininas, mucilagens vegetais, hormonas e anti-sépticos vegetais - ROCHA (1998)
  • Em síntese, Segundo FURLAM (1998), uma planta é classificada como medicinal por possuir susbstâncias que têm ação farmacológica. Estas substâncias são denominadas de princípios ativos e, na maioria das vezes, não se sabe quais destes realmente estão atuando.

Molécula de Adenosina
Alcalóides:
  • Os alcalóides são compostos azotados ( nitrogênio amínico ) complexos, de natureza básica ( alcalina ), capazes de produzir geralmente poderosos efeitos fisiológicos. São, na maior parte dos casos, venenos vegetais muito ativos, dotados de uma ação específica.
Segundo MARTINS (1995), podem ter coloração amarela, roxa ou incolor. Nas células vegetais estão nos vacúolos. Quando na forma de sais, encontram-se nas paredes celulares. Localizam-se nas folhas, sementes, raízes e nos caules.
  • A medicina emprega-os normalmente em estado puro e o seu verdadeiro valor apenas se releva quando usados adequadamente pelo médico. Segundo a sua composição química e, sobretudo, a sua estrutura molecular, os alcalóides podem ser divididos em vários grupos. 
Alcaloide AO 1990 (de álcali, básico, com o sufixo -oide, "-semelhante a") é uma substância de caráter básico derivada principalmente de plantas, mas podendo ser também derivadas de fungos, bactérias e até mesmo de animais. Contém, em sua fórmula, basicamente nitrogênio, oxigênio, hidrogênio e carbono. Ele era muito usado pelos xamãs para sarar as pessoas que estavam com câncer e outras doenças sérias.
  • Ainda segundo MARTINS (1995), sua concentração pode variar muito durante o ano, podendo, em certas épocas, estar restritos somente a determinados órgãos. Apenas 10 a 15 % das plantas conhecidas apresentam alcalóides em sua constituição. São distribuídos em 15 grupos conforme sua origem bioquímica ou semelhança estrutural.
Não são bem definidas suas funções dentro da planta, mas acredita-se que os alcalóides sirvam como reserva para síntese de proteínas; proteção contra insetos e animais herbívoros;
  • Seus nomes comuns e que estamos mais habituados a ver, geralmente terminam com o sufixo ina: cafeína (do café, que é chamada de pseudoalcaloide por ser, na verdade, uma xantina), cocaína (da coca), pilocarpina (do jaborandi), papaverina/morfina/heroína/codeína (da papoula), psilocibina do cogumelo Psilocybe cubensis, almíscar que é extraído de uma glândula do cervo-almiscarado, etc.
São geralmente sólidos brancos (com exceção da nicotina). Nas plantas podem existir no estado livre, como sais ou como óxidos. Possuem massa molecular entre 100 dalton e não mais de 900 dalton. Eles também correspondem aos principais terapêuticos naturais com ação: anestésica, analgésica, psicostimulantes, neurodepressores, etc. Os alcaloides podem ser classificados quanto à sua atividade biológica; quanto à sua estrutura química; e quanto à sua origem biossintética (maneira de produção na planta). Podem ser divididos em três grupos:
  • Alcaloides verdadeiros, que possuem anel heterocíclico com um átomo de nitrogênio e sua biossíntese se dá através de um aminoácido
  • Protoalcaloides, o átomo de nitrogênio não pertence ao anel heterocíclico e se originam de um aminoácido Exemplo: cocaína;
  • Pseudoalcaloides, são derivados de terpenos ou esteroides e não de aminoácidos. Exemplo: Cafeina;
  • Alcalóides são compostos orgânicos heterocíclicos, que possuem um ou mais nitrogênios em seu esqueleto carbônico, possuem origem vegetal e são aplicados principalmente na produção de fármacos naturais. 
Esses compostos sempre foram utilizados, principalmente na época dos alquimistas, obviamente eles não possuíam o domínio das fórmulas estruturais, mas por outro lado eles conheciam as propriedades e os atributos destes compostos, tanto é que o efeito medicinal do uso de plantas é devido a semelhança e a ação desses compostos com os que estão presentes no organismo em virtude de sua semelhança com proteínas e ácidos nucléicos.
  • Atualmente a pesquisa em torno desses compostos tem obtido resultados satisfatórios tanto na purificação e caracterização como na síntese. São compostos que apresentam características bastante peculiares são usados na fabricação de fármacos principalmente, porém existem alcalóides que são excelentes remédios e outros potentes venenos naturais capazes de matar em poucos segundos, os alcalóides são compostos complexos e abundantes na natureza. 
Cientistas acreditam que a presença dos alcalóides nas plantas e na pele de alguns anfíbios funciona como mecanismo de defesa contra seus predadores, sistema de armazenamento de energia, proteção contra a intensidade dos raios UV, agente de desintoxicação e biosintese de biomoléculas vitais, tais como aminoácidos e proteínas. Os alcalóides estão presentes nas seguintes angiospermas Apocynaceae, Papaveraceae, Ranunculaceae, Rubiaceae, Solanaceae, Berberidácea, porém as pesquisas se dirigiram para a família Rutaceae, em virtude desta família de vegetais apresentar características importantes como a variedade de alcalóides de interesse.

Propriedades Físico-Químicas:
  • Os alcalóides são compostos que apresentam um comportamento alcalino, geralmente suas constantes de basicidade (pKb) giram em torno de 4,75 a 10,00. Reagem quimicamente com ácidos halogenídricos, formando sais cristalinos de coloração branca. 
Precipitam na presença de reagentes de Drangendorff, Mayer e Wagner, respectivamente, iodobismutato de potássio, iodeto de mercúrio e potássio e solução de iodo. São quantificados através da espectrometria, em função de seu esqueleto carbônico formado por ciclos, e tendem a absorver luz. As estruturas dos alcalóides podem derivar de estruturas como as de:
  • Piperidna e Piridina: são líquidos a temperatura ambiente, e apresentam um odor desagradável derivados das grandes cadeias de aminas. Os de piridina e/ou piridina são geralmente utilizados como antimicrobianos, inseticidas, sedativos, tratamento de tétano, entre essa classe de alcalóide está a nicotina;
  • Quinoleína e isoquineleína: esses alcalóides são utilizados no tratamento de malária, neoplasias de animais e humanos, são potentes agentes microbianos, em especial os Plasmodium. As plantas que possuem esse alcalóides são encontradas principalmente no continente asiático, não obstante algumas regiões do Brasil possuem esses vegetais. Quinoleína e isoquinoleína são resultantes da fusão dos anéis peridíneos por substituição eletrofílica;
  • Pirrolidina: são derivados do pirrol, na natureza existem poucos, compostos dessa classe em seu estado puro, apresenta grande importância bioquímica, em virtude de serem derivados do aminoácido prolina, esses compostos apresentam propriedades importantes entre elas a formação de complexos de coloração vermelha, laranja e violeta, um exemplo é a hemoglobina;
  • Indol: esses alcalóides são um dos mais numerosos que se tem conhecimento são conhecidos mais de 500 compostos dessa classe ultimamente, porém suas estruturas e propriedades são extremamente complexas eles são potentes agentes farmacológicos, derivam do triptofano nos organismos vegetais, onde são biosintetizados;
  • Imidazol: o derivado mais importante do imidazol é o aminoácido histidina, esses compostos são fármacos potentes, dando origem aos anti-histamínicos, quando de sua reação de descarboxilação, ou seja, a perda de um grupo carboxila, do aminoácido histidina forma a histamina;
  • Tropano: os denominados alcalóides do tropano formam uma classe de alucinógenos entre eles encontramos algumas drogas conhecidas como a cocaína, tropina e alguns sedativos e medicamentos contra a depressão são comumente obtidos a partir de sínteses catalíticas desses compostos, com outros alcalóides principalmente as piridinas e pirrolidinas.
Os alcalóides vêm sendo estudados desde, de idade antiga e difundiram-se a partir do século XIX, quando os químicos orgânicos conseguiram isolar e sintetizar, a pesquisa desses compostos está simplesmente no começo, e o conhecimento aprofundado pode conduzir a respostas importantes no tratamento de doenças.

Plantas Medicinais ( Papoula)