sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Glicosídeos ou Heterosídeos

São compostos que por hidrólise fornecem um ou mais açúcar, sendo a mais comum a D-glicose.Desempenham papel importante na vida da planta, participando de funções reguladoras, protetoras e sanitária

  • Glicosídeo compreende uma classe de substâncias químicas formadas pela união de moléculas de glúcido - glicídeos, gliconas ou "oses" (geralmente um monossacarídeo) - e um composto não glucídico, também chamado de aglicona.
Os glicosídeos também são conhecidos por "heterosídeos" e podem desempenhar funções importantes nos organismos vivos. Muitas plantas biossintetizam e armazenam substâncias químicas sob a forma de glicosídeos inativos, que podem ser ativados por hidrólise enzimática liberando a aglicona (geralmente um metabólito secundário) e a glicona. Entretanto, alguns glicosídeos podem ser sintéticos ou mesmo semi-sintéticos.
  • Os vegetais biossintetizam uma gama enorme de glicosídeos, os quais podem ser subdivididos em quatro grandes categorias de acordo com o tipo de átomo da aglicona que se une a uma glicona através de uma ligação glicosídica (com consequente perda de uma molécula de água): O-, C-, N- e S-glicosídeos. Os mais comuns são os O-glicosídeos, onde a ligação glicosídica é formada a partir de um grupamento hidroxila da aglicona e outro da molécula de açúcar , como mostra a estrutura química ao lado.
Como classes ou categorias de glicosídeos, podem ser citados os cardiotônicos, os cianogenéticos e os antraquinônicos. Também é comum citar o nome da classe da aglicona precedido da palavra heterosídeo ou glicosídeo, como por exemplo "glicosídeos flavonóides", indicado na estrutura ao lado. Outros glicosídeos possuem nomes próprios e já fica subentendido que existe uma aglicona ligada a uma ou mais oses, como é o caso dos taninos hidrolisáveis e das saponinas .
Muitos glicosídeos são importantes na terapêutica e estão presentes em plantas medicinais, tais como os cardiotônicos, destacando-se a digitoxina isolada de espécies do gênero Digitalis, no caso a D. purpurea, conhecida como dedaleira, e a digoxina, isolada de D. lanata.
  • Drogas cardioativas possuem em sua composição glicosídeos cardiotônicos, que são compostos que atuam diretamente no miocárdio, sendo utilizados principalmente no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva.
Quimicamente, as agliconas (ou geninas) desse grupo caracterizam-se pelo núcleo fundamental do ciclopentanoperidrofenantreno e são divididas em dois grupos de acordo com o anel lactônico insaturado ligado ao C-17: pentacíclico (cardenólido) ou hexacíclico (bufadienólido), indicados nas estruturas abaixo. Os glicosídeos do grupo cardenólido são os mais importantes na medicina.
  • A glicona, ligada na aglicona em C-3β, é composta de até quatro unidades de açúcar, incluindo glucose e ramnose juntamente com outros desoxiaçúcares, por exemplo, 2,6-didesoxi-hexoses (digitoxose) ou seus 3-O-metil éteres (cimarose).
A ação farmacológica é observada quando o princípio ativo está sob a forma de glicosídeo; a atividade inata reside nas agliconas (geninas), mas os açúcares conferem maior solubilidade e aumentam o poder de fixação dos glicosídeos ao músculo cardíaco.
  • Por superdosagem esses compostos são muito tóxicos, o que torna necessário rigoroso controle da posologia dos princípios ativos. A droga exibe como efeito a soma da ação dos vários constituintes ativos que são de difícil separação.
Para caracterização desses compostos, usam-se reações que evidenciam isoladamente partes da molécula do glicosídeo, como: reações de caracterização dos esteróides (Pesez e Liebermann), reações relacionadas com o anel lactônico pentacíclico (Baljet e Raymond) ou com desoxiaçúcares (Keller-Kiliani e xantidrol).
  • As drogas cardiotônicas mais importantes são: estrofanto: sementes de Strophantus kombe Oliver, S. hispidus DC. e S. gratus (Wall et Hook) Bailon, APOCYNACEAE; espirradeira: folhas de Nerium oleander L., APOCYNACEAE; convalária: rizomas e raízes dessecadas de Convallaria majalis L., LILIACEAE; cila: bulbos de Urginea maritima (L.) Baker, LILIACEAE e dedaleira.

Ácido neuramínico - Monossacarídeo

  • Ácido neuramínico (ácido 5-amino-3,5-dideoxi-D-glicero-D-galacto-non-2-ulosônico) é um monossacarídeo de 9 carbonos, um derivado de uma cetononose. Ácido neuramínico pode ser visualizado como o produto de uma condensação aldólica, produto do ácido pirúvico e D-manosamina (2-amino-2-deoxi-manose). Ácido neuramínico não ocorre naturalmente, mas muitos de seus derivados são encontrados largamente distribuídos em tecidos animais e bactérias, especialmente em glicoproteínas e gangliosídeos. Os derivados N- ou O-substituídos do ácido neuramínico são coletivamente conhecidos como ácidos siálicos, a forma predominante nas células de mamíferos sendo o ácido N-acetilneuramínico.
Glicosídeos Cardioativos:
  • O coração é o principal órgão do sistema cardiovascular, responsável pelo transporte de oxigênio e nutrientes às células. O coração adulto se contrai e relaxa cerca de 115.000 vezes por dia, impulsionando 7.500 litros de sangue pelo corpo.
O coração é uma bomba muscular pulsátil, dividida em quatro câmaras. As câmaras superiores são os átrios e as inferiores são os ventrículos. Os ventrículos são câmaras expulsoras, com paredes espessas que, ao se contrair fornecem a principal força que impulsiona o sangue através dos pulmões e do sistema circulatório periférico. O ventrículo direito bombeia o sangue para os pulmões e o ventrículo esquerdo, com grande força de contração, bombeia o sangue na circulação periférica.
  • O sistema nervoso autônomo controla o débito cardíaco através da estimulação simpática (adrenérgica) ou parassimpática (colinérgica). Dentre aos diversos processos patológicos envolvendo o coração, temos a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e a Fibrilação Atrial (FA).
Na ICC há comprometimento da função cardíaca, tornando o coração incapaz de manter um débito suficiente para os requisitos metabólicos dos tecidos e órgãos do corpo. Ocorre por causa de uma capacidade miocárdica reduzida para se contrair ou em decorrência de uma incapacidade de encher os compartimentos cardíacos com sangue. A maioria dos casos de ICC é conseqüente à progressiva deterioração da função contrátil miocárdica.
  • Por outro lado, a FA caracteriza-se por uma arritmia ventricular com taquicardia e ausência de onda P visível no ECG. A fibrilação reduz o enchimento do ventrículo esquerdo, mas não leva a parada cardíaca. O ritmo cardíaco nesta situação é geralmente irregular e rápido e pode levar a desconforto ou sintomas de dispnéia.
Os glicosídeos cardioativos extraídos dos vegetais e anfíbios são fármacos utilizados para o tratamento da ICC e da FA. Por muito tempo eles foram as drogas de escolha para o tratamento da ICC.
  • O uso terapêutico dos glicosídeos cardioativos deve-se à sua capacidade de aumentar a força da contração sistólica (ação inotrópica positiva); aumento da contratilidade do coração provoca o esvaziamento mais completo do ventrículo e encurtamento do período de sístole.
São substâncias químicas formadas por moléculas de glúcido - glicídeos, gliconas ou "oses" (geralmente um monossacarídeo) - e um composto não glucídico, também chamado de aglicona.
São também conhecidos por "heterosídeos", podendo desempenhar importantes funções nos organismos vivos.
  • As plantas biossintetizam uma gama enorme de glicosídeos, subdivididos em quatro grandes categorias conforme o tipo de átomo da aglicona que se adere a uma glicona através de ligação glicosídica (perdendo uma molécula de água), que são: O-, C-, N- e S-glicosídeos, sendo os O-glicosídeos os mais comuns.Os glicosídeos são subdivididos em classes, podendo ser citados os cardiotônicos, os fenólicos e os antraquinônicos. 
Muitos são utilizados na terapêutica, sendo altamente específicos no músculo cardíaco, estando presentes em plantas medicinais, tais como os cardiotônicos, destacando-se a digitoxina isolada de espécies do gênero Digitalis, no caso a D. purpurea, conhecida como dedaleira e a digoxina, isolada de D. lanata.
  • Porém, possuem efeito cumulativo e podem ser tóxicos, além de aumentar o débito cardíaco e diminuir a frequência cardíaca.
Mecanismo de ação:
  • A ação dos glicosídeos cardioativos se dá pela inibição potente, reversível e altamente seletiva da bomba de sódio e potássio ATPase dos cardiomiócitos (células do músculo cardíaco). A inibição da NA+/K+-ATPase aumenta os níveis de Na+ e diminui os de K+ no interior da célula,o que, por sua vez, estimula um segundo mecanismo de troca iônica, o de Na+ e Ca+, que ocorre para retirar o Na+ de dentro da célula com um subseqüente aumento do nível intracelular de Ca+. Este aumento do nível intracelular de cálcio provoca a liberação de uma quantidade ainda maior Ca+ armazenado intracelularmente nos reservatórios sarcoplasmáticos. 
Daí então, o nível aumentado de Ca+ antagonizam a ação da troponina, possibilitando a formação do complexo atinamiosina, culminando na contração miocárdica ATP-dependente.

Ginseng Siberiano