segunda-feira, 26 de maio de 2014

Anacardium occidentale - Cajueiro

O caju

  • O cajueiro (nome científico Anacardium occidentale) é uma planta da família Anacardiaceae originária da região nordeste do Brasil, com arquitetura de copa tortuosa e de diferentes portes. Na natureza existem dois tipos: o comum (ou gigante) e o anão. O tipo comum pode atingir entre 5 e 12 metros de altura, mas em condições muito propícias pode chegar a 20 metros. O tipo anão possui altura média de 4 metros. 
Seu fruto, a castanha de caju, tem uma forma semelhante a um rim humano; a amêndoa contida no interior da castanha, quando seca e torrada, é popularmente conhecida como castanha-de-caju. Prologando-se ao fruto, existe um pedúnculo (seu pseudofruto) maior, macio, piriforme, também comestível, de cor alaranjada ou avermelhada; é geralmente confundido como fruto. Designado como pedúnculo ou pseudofruto, esta estrutura amadurece colorido em amarelo e/ou vermelho e varia entre o tamanho de uma ameixa e o de uma pera (5–11 cm). Tem, ainda, os nomes científicos de Anacardium microcarpum e Cassuvium pomiverum. Além do fruto, a casca da árvore é também utilizada como adstringente e tônico. 
  • O tronco do cajueiro produz uma resina amarela, conhecida por goma do cajueiro que pode substituir a goma arábica, e que é usada na indústria do papel até a indústria farmacêutica .
Sua madeira, durável e de coloração rosada é também apreciada. As flores são especialmente melíferas e têm propriedades tônicas, já que contêm anacardina. Da seiva produz-se tinta. A raiz tem propriedades purgativas.
  • Suas folhas são obovadas (isto é, têm a forma de um ovo invertido), apresentando-se coriáceas e subcoriáceas. As flores dispõem-se em panículas. 

Classificação científica:
  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Sapindales
  • Família: Anacardiaceae
  • Gênero: Anacardium
  • Espécie: A. occidentale
Nome binomial:
  • Anacardium occidentale
Taxonomia:
  • Copa com ramos terminais piloso.
  • Caule tortuoso, com ritidoma cinza e fissurados com placas.
  • Folhas simples, coriáceas ou semicoriáceas, concolores, glabras, alternas, espiraladas ovadas e obovadas, com ápices arredondados e bases agudas; as margens são inteiras e nervação broquidódroma.
  • Nervuras salientes na parte abaxial e domáceas nas axilas das nervuras secundárias. pecíoladas ou sésseis, sem estípula.
  • Flores de cinco pétalas livres, de cor rosa.
  • Frutos são nozes de até 3 centímetros de cor cinza, pseudofruto vermelho ou amarelado suculento e carnoso.
Propriedades Químicas:
  • O ácido anacárdico é um composto químico encontrado na casca da castanha de caju (Anacardium occidentale). Como ele está intimamente relacionado com urushiol, podendo também causar uma erupção cutânea alérgica em contato com a pele conhecida como dermatite de contato induzida por urushiol. O acido anacárdico é um líquido amarelo. É miscível parcialmente em álcool e éter, mas quase imiscível em água. Quimicamente, o ácido anacárdico é uma mistura de vários compostos orgânicos intimamente relacionados. Cada um consiste de um ácido salicílico substituído com uma cadeia alquílica que tem 15 ou 17 átomos de carbono. O grupo alquila pode ser saturado ou insaturado. O ácido anacárdico é portanto uma mistura de moléculas saturadas e insaturadas. A mistura exata depende da espécie da planta. da qual o a mistura encontrada no caju é muito letal para as bactérias Gram positivas. 
Usado principalmente no tratamento de abcessos dentários, também é ativo contra acne, alguns insetos, tuberculose e MRSA. Ela é encontrada principalmente na castanha de caju, mas também no fruto do caju, no óleo de casca de noz do caju, mas também em mangas e gerânios Pelargonium.
Nome IUPAC: 
  • Ácido 2-hidroxi-6-[(8Z,11Z)-pentadeca-8,11,14-trienil]benzóico
Fórmula molecular:
  • C22H30O3
Tratamento de abcessos dentários:

A cadeia lateral com três ligações insaturadas provou ser a mais eficaz contra a Streptococcus mutans, a bactéria da cárie dentária, em experimentos de tubo de ensaio. O número de ligações insaturadas não teve influência na ação contra a Propionibacterium (bactéria da acne). Pesquisas de laboratório comprovaram que o ácido anacárdico se demonstra muito eficaz contra bactérias causadoras da tuberculose. Ao aquecer, este ácido se converte em um tipo de álcool (cardanol), mas não perde suas propriedades a não ser que a temperatura se eleve a ponto de causar a descarboxilação da mistura. Diz-se que os povos da Costa do Ouro usavam a castanha do caju e as folhas para curar a dor de dente.

 Ácido anacárdico
  • Ela pode diminuir a sensação de cansaço e aumentar a sua concentração! Contém as vitaminas C, K e do complexo B; além do ácido anacárdico, que ajuda a prevenir cáries dentárias; e a dupla riboflavina e tiamina, que melhora a visão, a saúde da pele e os sintomas da TPM.
Aplicações industriais:

Ácido anacárdico é o principal componente do óleo de castanha de caju, e encontra uso na indústria química para a produção de cardanol, que é utilizado para as resinas, revestimentos e materiais de fricção. 
  • A primeira análise química do óleo da casca da castanha de caju do Anacardium occidentale foi publicado em 1847.
Etimologia:

  • Também é conhecido pelos nomes derivados do original da língua tupi (acayu): acaju, acajaíba, acajuíba, caju-comum, cajueiro-comum, cajuil, caju-manso, cajuzeiro e o caju. Em Moçambique é ainda conhecido como mecaju e mepoto.
O nome inglês cashew é derivado da palavra portuguesa de pronúncia similar, caju, que por sua vez provém da palavra indígena acaju. Na Venezuela o cajueiro é denominado merey, mas em outros países da América Latina é chamado marañón, provavelmente devido ao nome da região onde foi visto pela primeira vez, o estado do Maranhão.

Importância nutritiva:

O caju é riquíssimo em vitamina C (seu teor é bem maior que o da laranja). Contém ainda vitamina A e do complexo B. Também é rico em proteínas, lipídios, e carboidratos. É ainda uma boa fonte de sais minerais como cálcio, fósforo e ferro, além de zinco, magnésio, fibras e gordura insaturada, que ajudam a diminuir o nível de colesterol no sangue. O caju tem ainda quantidades razoáveis de Niacina.
  • Por ser rico em fibras, o caju é indicado para aumentar a movimentação intestinal.

Castanha de caju

História:

Crônicas dos primeiros colonizadores da costa brasileira contam que, na época da frutificação dos cajueiros, nações indígenas do interior vinham ao litoral, território dos tupinambás e tupiniquins, e com eles travavam guerras pela colheita dos frutos: eram as "guerras do acayu".
Durante o domínio holandês no Nordeste do Brasil, diversos autores ressaltaram o valor da fruta do cajueiro, especialmente suas virtudes terapêuticas. Maurício de Nassau chegou a baixar uma resolução que fixava a multa de cem florins por cajueiro derrubado ("visto que o seu fruto é um importante sustento dos índios"). O cajueiro é a árvore símbolo da Cidade do Recife-PE.
  • Presume-se que o cajueiro chegou em Goa, principal colônia de Portugal nas Índias Orientais entre 1560 e 1565, para a estabilização de taludes e para lutar contra a erosão.
Os portugueses levaram a planta para a Índia, entre 1563 e 1578, onde ela se adaptou extremamente bem. Depois da Índia foi introduzida no sudeste asiático, chegando à África durante a segunda metade do século XVI, primeiro na costa leste e depois na oeste e por último nas ilhas.

  • As primeiras importações de amêndoas de castanha de caju da Índia foram feitas em 1905 pelos Estados Unidos. O comércio mundial de amêndoa de caju teve início de forma efetiva depois que representantes da empresa americana General Food Corporation descobriram essas nozes durante uma missão na Índia no início da década de 1920. Além de embarques regulares para os Estados Unidos, pequenas consignações foram enviadas para vários países europeus, particularmente para o Reino Unido e Países Baixos. Em 1941 as exportações indianas de amêndoas de castanha de caju já alcançavam quase 20 mil t. Hoje a castanha é um importante item no comércio mundial. O valor total de vendas, após agregação de valor, supera a soma de US$ 2 bilhões.
Informações gerais:
  • O maior cajueiro do mundo encontra-se em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, conforme comprovado pelo Guiness Book na década de 1980.
  • É muito cultivado nas regiões tropicais da América, África e Ásia. 
  • Os maiores exportadores mundiais de amêndoa de castanha de caju (ACC) são Índia, Vietnã e Brasil.

Planta adulta de cajueiro