sexta-feira, 20 de junho de 2014

Foeniculum vulgare - Funcho

Foeniculum vulgare - Funcho 

  • O funcho, também conhecido por anis-doce, erva-doce, maratro, finóquio, fiuncho ou fiolho, é o nome vernáculo dado à espécie herbácea Foeniculum vulgare Mill. (sinônimo taxonômico de Anethum foeniculum L. e de Foeniculum officinale L.) uma umbelífera fortemente aromática comestível utilizada em culinária, em perfumaria e como aromatizante no fabricação de bebidas espirituosas e planta medicinal. 
O funcho é nativo da bacia do Mediterrâneo, com variedades na Macaronésia e no Médio Oriente, onde ocorre no estado silvestre, mas é hoje cultivado, sob diversas formas varietais, em todas as regiões temperadas e subtropicais.Pelas suas características aromáticas e pelos usos medicinais do anetol, o funcho tem sido utilizado desde a antiguidade, sendo já cultivado no Antigo Egito.
  • Na Grécia Antiga era designado por μάραθον (marathon), estando na origem do nome Maratona (que afinal, em português seria Funchal), o local da mítica batalha de Maratona travada em 490 a.C. entre gregos e persas. A mitologia grega diz que Prometeu usou um talo de funcho para roubar fogo dos deuses.
Existem múltiplas variedades cultivadas, a maior parte das quais selecionadas pela doçura e baixa concentração de anetol, o que permite o consumo em saladas.Outros cultivares são selecionados para a obtenção de grandes concentrações de óleos essenciais, sendo utilizados para perfumaria e para a produção de condimentos.
  • Uma variedade de funcho, originária da Macaronésia e designada por F. vulgare azoricum (Mill.) Thell., caracterizada por caules mais suculentos e doces e menor concentração de óleos essenciais, o que os torna facilmente comestível em fresco, é hoje comercializada com a designação varietal de Florence. Esta forma da planta é espontânea nos Açores e na Madeira. A sua abundância está na origem do nome da cidade do Funchal, a atual capital madeirense.
O nome Funcho é derivado do latim foenum, que significa “feno”, vez que as folhas que são finamente divididas. Os atletas gregos na antiguidade comiam sementes de Funcho para ganharem força, sem aumentarem o peso. Durante a Idade Média, as sementes eram mastigadas para disfarçar a fome em períodos de jejuns e durante longos sermões de igreja.
  • O funcho é um tipo de erva-doce, sendo uma planta aromática que pode ser cultivada em praticamente qualquer tipo de solo. Apesar de ser nativa da Europa, especialmente da região do Mediterrâneo, o funcho hoje é cultivado em muitas outras partes do mundo.
O nome Funcho é derivado do latim foenum, que significa “feno”, vez que as folhas que são finamente divididas. Os atletas gregos na antiguidade comiam sementes de Funcho para ganharem força, sem aumentarem o peso. Durante a Idade Média, as sementes eram mastigadas para disfarçar a fome em períodos de jejuns e durante longos sermões de igreja. 
  • A espécie Foeniculum vulgare faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.
Propriedades Botânicas:
  • O funcho é uma planta herbácea perene, de caules erectos múltiplos, com até dois metros de altura (mas em geral com menos de 80 centímetros), de cor verde intenso, por vezes glauco, tornando-se azulada quando em locais expostos à secura e a intensa radiação solar.
As folhas são longas (até 40 cm) e delgadas, finamente dissecadas, terminando em segmentos filiformes a aciculares (com cerca de 0,5 mm de diâmetro), muito flexíveis, mas que, quando expostos à secura, endurecem exteriormente para evitar a perda de água.
  • Produz inflorescências terminais compostas, umbeliformes, com 5 a 15 cm de diâmetro, contendo 20 a 50 flores pediceladas inseridas num único ponto do ápice da inflorescência, sobre pedúnculos curtos. As flores são minúsculas têm de 2 a 5 mm de diâmetro, amarelo a amarelo-esverdeadas.
O fruto é uma semente seca, fortemente aromática, ovoide, de 4 a 9 mm de comprimento e 2 a 4 mm de largura, achatada e com entalhes longitudinais simétricos em ambos os lados.A raiz é rizomatosa, esbranquiçada e muito suculenta, armazenado grande quantidade de água.
  • O cheiro e sabor característicos (em geral designados por "anis" ou "erva-doce") resultam da presença de anetol, um composto fortemente aromatizante.
Classificação científica:
  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Apiales
  • Família: Apiaceae
  • Gênero: Foeniculum
  • Espécie: F. vulgare
Nome binomial:
  • Foeniculum vulgare
Espécies associadas:
  • A maioria dos botânicos tende a considerar o Foeniculum vulgare como a única espécie legítima do gênero, considerando as outras espécies descritas como meras formas. 
Assim, apesar das grandes diferenças morfológicas, de teor em óleos essenciais e de sabor e cheiro, as espécies antes descritas neste gênero parecem ser meras subespécies ou variedades de F. vulgare.
  • Dadas a presenças de óleos essenciais, a planta é muito resistente ao ataque de insectos herbívoros, sendo contudo hospedeira de alguns lepidópteros especificamente adaptados às suas características bioquímicas, incluindo formas larvais da Amphipyra tragopoginis e da Papilio zelicaon (que apenas se alimentam de umbelíferas.
Dado o seu cheiro a anis, a planta é por vezes confundida com a Pimpinella anisum (o anis), uma espécie aparentada, mas muito diferente.

Na Culinária:
  • É frequentemente utilizada em pequenas quantidades na cozinha mediterrânica como planta aromatizante, particularmente os das variedades menos ricas em óleos essenciais, serem consumidos em fresco como parte de saladas.
Pode também ser incorporado em sopas, em particular sopas destinadas a serem consumidas frias. Um dos pratos típicos dos Açores é uma sopa de feijão e inhame com folhas e caules tenros de funcho.
  • É frequente o seu uso como aromatizante em molhos, conservas de vegetais, curtumes e outros preparados semelhantes. Usada em baixas concentrações dá um aroma e sabor discretos, semelhante ao mentolado, mas bastante mais suave e doce.
As sementes secas são utilizadas em chás e tisanas e como aromatizante em licores e bebidas alcoólicas destiladas (como a aquavit).
Na Índia e China as sementes moídas são utilizadas para a produção de condimentos e especiarias, recebendo a designação de saunf ou moti saunf.

Foeniculum vulgare - Funcho 

Propriedades Químicas:
  • Anetol (ou trans-anetol) é um composto aromático de origem vegetal responsável pelo aroma e sabor a anis, por vezes referido por anisado ou erva-doce, que ocorre naturalmente nas plantas do anis, do funcho e do anis-estrelado. 
É comercializado em diversos graus de pureza sob vários nomes, entre os quais p-propenilanisol, cânfora de anis, isoestragol, extracto de erva-doce, extracto de anis e óleo de anis. O nome químico padrão IUPAC é trans-1-metoxi-4-(prop-1-enil)benzeno. Quimicamente é um éter insaturado. O isômero cis-anetol apresenta características físicas diferentes.
  • O anetol assume à temperatura ambiente, a forma de cristais brancos com um ponto de fusão de 21 º C e um ponto de ebulição de 234 º C. A sua fórmula química é C10H12O, sendo estreitamente relacionado com o estragol, um composto que ocorre naturalmente num grande número de umbelíferas, entre as quais a salsa, e de labiadas, como o manjericão e a sálvia.
O anetol é percebido pelo paladar humano como sendo adocicado, sendo estimado que o seu poder edulcorante seja 13 vezes superior ao da sacarose, o comum açúcar de mesa. O cheiro e sabor são considerados agradáveis pela maioria das pessoas, mesmo em elevadas concentrações. Aparenta ser ligeiramente tóxico, tendo efeito irritante para as mucosas em grandes concentrações.
  • Estudos laboratoriais realizados em ratos apontam que o anetol pode estimular a regeneração hepática em ratos e que tem naqueles mamíferos atividade espasmolítica quando em grandes doses.
O anetol é um percursor metabólico da para-metoxi-anfetamina (PMA), um composto traficado com a designação de Ecstasy, cujo consumo já resultou em múltiplos casos fatais.

Constituintes:
Frutos:
  • 10 a 18% de óleo graxo: ácidos oléico, linoléico, palmítico e petroselínico.
  • Óleo essencial 1,5 a 6%:
  • Funchona (20%), anetol (50 a 87%), limoneno, ? - pineno, foeniculina.
Açúcares:
  • 4 a 5%.
  • Mucilagens, pectinas, taninos.
  • Ácidos clorogênicos e caféico.
  • Flavonóides, sais minerais, matérias protéicas.
Folhas:
  • Flavonóides derivados da quercetina.
Raízes:
  • Óleo essencial (0,12%).
Ácidos orgânicos:
  • Málico, cítrico, cumário, cinâmico, ferrúlico, quínico.
  • Sais minerais, compostos fenólicos, cumarinas, hidrocarbonetos terpênicos.

Molécula de Anetol

Propriedades Medicinais:
Benefícios do funcho
  • As sementes do funcho concentram as maiores propriedades medicinais, contudo, as folhas também são utilizadas na medicina popular. 
As sementes agem como um inibidor de apetite e também ajudam a dispersar congestão no fígado, além de possuírem um sabor naturalmente doce que estabiliza os níveis de açúcar no sangue. O fiolho é enriquecido com vários princípios ativos que auxiliam no processo digestivo, quebra de gordura e eliminação de resíduos.
  • Acredita-se que o funcho relaxa os músculos lisos na área tônica digestiva. Do chá das sementes do funcho já foi feito um colírio para fadiga ocular. O cataplasma é usado em vapores faciais, cremes anti-ruga, perfume e pasta de dentes. 
O óleo e o unguento da planta são usados para dar tonalidade muscular. O gargarejo com a erva é indicado para rouquidão. O funcho é constituído quimicamente do óleo essencial (anetol, estragol, fenchona, pineno, limoneno), éter de compostos fenólicos, flavonóides, cumarinas, estigmasterol, vitamina C, betacaroteno, cálcio, potássio, fósforo.
  • Por ser nativa da Europa, principalmente da região do Mediterrâneo, o funcho é muito utilizado na dieta mediterrânea. Possui um sabor de alcaçuz doce, um dos motivos pelo qual também é conhecido como erva-doce, sendo um tempero muito utilizado na cozinha italiana. 
Os talos podem ser comidos crus. As folhas são cozidas como um legume, acrescentadas a sopas ou comidas cruas em saladas. As sementes costumam ser colocadas em preparos de peixes, massas, conservas e molhos. Mastigar as sementes depois de uma refeição refresca a respiração. Também é usado em licores.
  • As sementes do funcho concentram as maiores propriedades medicinais, no entanto, as folhas também são utilizadas na medicina popular. As sementes do funcho são usadas como um inibidor de apetite e também ajudam a dispersar congestão no fígado. 
As sementes possuem um sabor naturalmente doce que estabiliza os níveis de açúcar no sangue. Acredita-se que o funcho relaxa os músculos lisos na área tônica digestiva. A erva é enriquecida com uma infinidade de ingredientes ativos que auxiliam no processo digestivo, quebra de gordura e eliminação de resíduos, promovendo a saúde do sistema digestivo.
  • Do chá das sementes do funcho já foi feito um colírio para fadiga ocular. O cataplasma é usado em vapores faciais, cremes anti-ruga, perfume e pasta de dentes. O óleo e o unguento da planta são usados para dar tonalidade muscular. 
O gargarejo com a erva é indicado para rouquidão. O funcho é constituído quimicamente do óleo essencial (anetol, estragol, fenchona, pineno, limoneno), éter de compostos fenólicos, flavonóides, cumarinas, estigmasterol, vitamina C, betacaroteno, cálcio, potássio, fósforo.
  • Aromático
  • Carminativo 
  • Sedativo 
  • Emenagogo
  • Curativo
  • Anti-inflamatório
  • Antiespasmódico
  • Diurético
  • Antibiótico
  • Expectorante
As suas raízes são consideradas como tendo propriedades diuréticas, sendo por esta razão comercializadas pelas ervanárias. O chá de semente de funcho é utilizado para reduzir os gases intestinais, incluindo na primeira infância e em crianças lactentes. O anetol, o composto que lhe dá o cheiro e sabor característicos, é considerado estimulante das funções digestivas e carminativo, podendo ter propriedades coleríticas.
  • Em concentrações elevadas os óleos essenciais do funcho apresentam atividade insecticida, apresentando atividade neurotóxica. Este óleo faz parte da farmacopeia europeia.
  • Em perfumaria os óleos essenciais do funcho são utilizados para perfumar pastas dentífricas, champôs e sabonetes.
Partes utilizadas:
  • Frutos secos, sementes
Usos tradicionais: 
  • Cólica, diabetes, diarréia, dor de estômago, fadiga ocular, febre, gases intestinais, gota, icterícia, indigestão, irritação de bexiga, laringites, náuseas, obesidade, pedras no rim, reumatismo, rugas, soluços.
Indicações: 
  • O chá das folhas e sementes é digestivo, favorece a secreção do leite materno.
  • Problemas digestivos: flatulência, cólica, colite, dor de barriga, aerofagia, mau hálito 
  • Catarros das vias respiratórias: tosse
  • Aleitamento (favorecimento da lactação)
Uso pediátrico: 
  • As mesmas indicações possíveis.
Uso na gestação e na lactação: 
  • A erva-doce não deve ser usada durante a gravidez, tem um efeito emenagogo conhecido: E galactagogo
Contra-indicações: 
  • O uso em excesso não é recomendado durante a gravidez e pode desestimular o sistema nervoso.
Precauções: 
  • Um exame de amostras de erva-doce na Itália encontrou as bactérias aeróbicas variáveis, incluindo coliformes. estreptococos fecais e espécie de Salmonelas. Sugerindo que a planta pode servir como um vetor de doenças gastrintestinais infecciosas.
Em casos de distúrbios ou doenças já instaladas, a Fitoterapia apresenta muitos recursos e pode auxiliar no tratamento de forma não agressiva e até sem efeitos colaterais.

Suco de Funcho