sábado, 29 de novembro de 2014

Bóhrio - (Bh)

Eixos de Bombas (carboneto metálico)

  • O bóhrio (em homenagem a Niels Bohr) ou Eka-Rênio (propriedades provavelmente semelhantes às do rênio) é um elemento químico sintético, símbolo Bh, número atômico 107 (107 prótons e 107 elétrons) que apresenta massa atômica [264] u.
É um elemento de transição, pertencente ao grupo 7 da tabela periódica, radioativo, transurânico, provavelmente metálico, sólido, de aspecto prateado, cujo isótopo mais estável, Bh-262, apresenta meia-vida de 102 minutos.
  • O isótopo de bóhrio-261 foi sintetizado em 1976 por cientistas soviético em Dubna, bombardeando bismuto com íons pesados de cromo. Fora da pesquisa científica nenhum uso é conhecido para o bóhrio.
Os elementos de transição:
  • Os elementos de transição são aqueles que pertencem aos períodos em que os orbitais d e f são progressivamente preenchidos. Caracterizam-se por possuírem camadas d incompletas ou por darem origem a íons com camadas d incompletamente preenchidas. Esta característica é responsável pelas propriedades peculiares destes metais, nomeadamente a grande tendência para formar complexos.
Os carbonetos metálicos:
  • Os carbonetos constituem uma família de compostos particularmente interessante na medida em que eles são os primeiros refratários feitos pelo homem e, ao contrário de óxidos e silicatos, são extremamente raros na natureza. Carboneto de ferro, Fe 3 C, e mais tarde TiC e WC foram identificados e extraídos a partir de aços em meados dos anos 1800. Em 1900, o químico francês Moisson havia sintetizado um número de carbonetos refratários em seu forno novo e estudado suas propriedades.
Caracteristicamente, a maioria destes carbonetos metálicos tem dureza elevada, condutividade elétrica e térmica boas e uma elevada estabilidade. Essas propriedades contam para as principais aplicações: estruturas resistentes a reação química, utilização em que a resistência ao desgaste é de grande importância, e alta temperatura de fontes de energia radiantes. A fragilidade de carbonetos, no entanto, tem impedido a sua utilização como uma única fase de materiais em aplicações estruturais de elevada tensão e levou ao desenvolvimento de compósitos de ligas de metal.
  • Os carbonetos de metal variam amplamente em sua inércia química, particularmente no que diz respeito ao seu ataque por atmosferas oxidantes. Em temperaturas suficientemente altas, todos são atacados muito rapidamente, embora alguns sejam mais resistentes que os metais de ponto de fusão comparável.
Até recentemente, não havia sido dada a atenção devida para a importância da estrutura na determinação de propriedades. Não só isso, mas também defeitos de microestrutura e subestrutura de deslocamento da rede são importantes. Especialmente entre os compostos intersticiais, detalhes da estrutura e composição química exercem uma influência importante sobre as propriedades físicas e mecânicas dos carbonetos metálicos. Consequentemente, poucas propriedades dos carbonetos são conhecidas com precisão e seu desenvolvimento futuro é, por enquanto, sem limites.



História:
  • O bóhrio foi sintetizado em 1976 por uma equipe de cientistas soviéticos liderado por Y. Oganessian no "Joint Institute for Nuclear Research" de Dubna, Rússia, que produziram o isótopo 261Bh com meia-vida de 1-2 minutos (segundo outras fontes, em torno de 10 minutos). Esta equipe sintetizou o isótopo Bh-261 bombardeando bismuto-204 com núcleos pesados de cromo 54.
Em 1981 uma equipe germânica conduzida por Peter Armbruster e Gottfried Münzenberg no "Gesellschaft für Schwerionenforschung" do "Institute for Heavy Ion Research" em Darmstadt confirmou os resultados da pesquisa soviética, porém obtendo o isótopo Bh-262.
Os alemães sugeriam que o novo elemento deveria ser nomeado em homenagem ao físico dinamarquês Niels Bohr; entretanto, os soviéticos sugeriram que o nome do físico deveria ser dado ao elemento 105 (dúbnio).
Devido à controvérsia para a nomeação dos elementos de 101 a 109 , a IUPAC denominou este elemento provisoriamente de "unnilseptium" (símbolo Uns).
Em 1994 um comitê da IUPAC recomendou que elemento 107 fosse denominado como “bóhrio”, com símbolo “Bh”. O nome foi reconhecido internacionalmente em 1997.

Os elementos de transição ou metais de transição:
  • Os elementos de transição ou metais de transição são definidos pela IUPAC como "Um elemento cujo átomo possui um subnível d incompleto ou que possa vir a formar cátions com um subnível d incompleto" e são representados na tabela pelo bloco d (grupo 3 ao 12).
Os lantanídeos e actinídeos são considerados elementos de transição interna (bloco f)
  • Às vezes são empregadas outras definições menos restritivas, já que a intenção é agrupar os elementos segundo as suas propriedades físicas e químicas, variando conforme a classificação adotada, além disso, alguns textos consideram elementos de transição apenas aqueles que pertencem ao bloco d.
O nome "transição" vem da posição dos elementos na tabela, representando a transição do grupo 2 ao 13, pela sucessiva adição e elétrons ao orbital d.

Elementos de transição externa ( ou somente elementos de transição ):
  • Primeira série de transição: Elementos de Z 21 a 30
  • Segunda série de transição: Elementos de Z 39 a 48
  • Terceira série de transição: Elementos de Z 72 a 80
Elementos de transição interna:
  •  Lantanídeos : São os elementos que vão desde o número atômico 57 até ao 71 ( o escândio e o ítrio apresentam propriedades semelhantes a dos lantanídeos e, portanto, são estudados em conjunto ).
  •  Actinídeos: São os elementos que vão desde o número atômico 89 até ao 103.
As propriedades químicas de um elemento dependem em grande parte de como estão situados os seus elétrons nos níveis de energia mais externos. Por isso, os elementos de transição apresentam certa semelhança entre si, ainda que se diferenciem dos lantanídeos e actinídeos.

Configuração eletrônica:
  • Cada átomo (ou metal) estranho ao preenchimento de um elétrons em um subnível (n-1)d, sendo n o número do grupo no qual estão situados. Conforme se avança no período se adiciona um elétron, de acordo com o procedimento de Aufbau, na configuração eletrônica, colocando onde energeticamente é mais favorável. Todos os da primeira série de transição tem uma configuração eletrônica de 3dn-24s2, ou seja, completam primeiro os orbitais s e posteriormente os orbitais d. Devido as energias dos orbitais 3d e 4s estarem muito próximas, o Cromio e o Cobre apresenta uma irregularidade. o Crômio semi-preenche exatamente o subnível 3d (3d54s1), e o Cobre possui o subnível 3d completo (3d104s1), ambos com apenas um elétron no subnível 4s.
De forma similar, se conhece as configurações eletrônicas dos elementos das demais séries de transição, assim como as dos respectivos cátions. Em alguns casos são iguais e em outros diferentes inclusive dentro do mesmo grupo, porém se tem observado que, em relação ao comportamento químico, o mais importante é o número total de elétrons que se encontram nos níveis externos. Nos lantanídeos se vai completando o sub-nível 4f, ainda que nos actinídeos pode haver elétrons no 5f, no 6f, ou em ambos.
  • Segundo a definição inicial, por exemplo, nem o zinco e nem o escândio são elementos de transição, apesar de estarem situados no bloco d. O zinco só pode formar o íon Zn2+, porque o sub-nível d está completo com 10 elétrons. passando de uma configuração [Ar]3d104s2 para uma de [Ar]3d10. Por outro lado, o escândio só forma o íon Sc3+, condição na qual não possui nenhum elétron ocupando orbital d. passando a ter a configuração eletrônica do argônio, [Ar ], devido a perda dos três elétrons. O mesmo acontece com outros elementos de transição.
A configuração eletrônica dos elementos de transição está em configuração eletrônica. Outro modo de compreender essa configuração eletrônica é que para elementos de transição, a partir do grupo 3, haverá uma contração no volume do subnível d (diminuição de energia).

Propriedades gerais:
  • Quase todos são metais duros de alto ponto de fusão e ebulição, conduzindo bem o calor e a eletricidade.
  • Podem formar ligas entre si.
  • Apresentam estados de oxidação muito variados.
  • É frequente que formem compostos de coordenação com diferentes índices de coordenação.
  • O número de eléctrons nos subníveis d é variável. É frequente que os complexos que formam sejam coloridos ou apresentem paramagnetismo.
  • A maioria tem potenciais negativos, motivo pelo qual se dissolvem em ácidos, ainda que muitos se tornem positivos, recobrindo-se de uma capa protetora, e não se dissolvem. Alguns apresentam potenciais positivos como, por exemplo, o ouro.
Estados de oxidação:
  • Os metais de transição apresentam normalmente uma faixa de estados de oxidação mais amplos que os elementos de outros grupos. Por exemplo, o manganês pode apresentar estados de oxidação desde -3 até +7, sendo cinco destes estados os mais comuns. os elementos do grupo 1 ( alcalinos ) não podem perder mais de um elétron, os do grupo 2 ( alcalino-terrosos ) normalmente só perdem dois elétrons.
Isto pode ser verificado nos valores dos potenciais de ionização de cada elemento. Nos elementos de transição os elétrons dos orbitais d e s mais externos estão bastante próximos em energia, encontrando-se estes elementos em estados de oxidação mais altos.Os estados de oxidação que apresentam são muito variáveis. Observando os elementos do quarto período verifica-se estas tendências:
  • o máximo de oxidação que podem alcançar vai aumentado conforme se avança na tabela, sendo máximo no manganês, a partir do qual começa a diminuir;
  • os estados de oxidação baixos ( +2, +3 ) são encontrados facilmente como íons simples. Por outro lado, os estados de oxidação mais altos são encontrados em compostos com átomos eletronegativos, especialmente com O2-, ou fluoreto, F- . Se pode encontrar estados de oxidação formalmente negativos ou zero em compostos com ligantes que retirem densidade eletrônica do metal, como o CO, a bipiridina e outros.
Também se pode obter as seguintes conclusões sobre a estabilidade dos estados de oxidação:
  • os estados de oxidação mais estáveis estão entre +2 e +4;
  • os estados de oxidação mais altos podem ser oxidantes enérgicos, por isso tendem a a sofrer redução. Do mesmo modo, aqueles que apresentam estados de oxidação mais baixos podem ser redutores, com tendência de sofrerem oxidação.
Atividade catalítica:

Os metais de transição são empregados amplamente como catalisadores, tanto homogêneos como heterogêneos. Por exemplo, o ferro é utilizado para catalisar o processo de Haber ( para a síntese do amoníaco ), o níquel ou a platina para a hidrogenação de alcenos, etc.
Cor:
  • Devido a sua estrutura, os metais de transição apresentam numerosos íons e complexos coloridos. A cor pode mudar entre diferentes compostos de um mesmo elemento, por exemplo, o manganês com estado de oxidação +7 , MnO4-, é púrpura, embora o íon Mn2+ é rosa pálido.
Num complexo,formado por um metal de transição com vários ligantes, os níveis dos orbitais d não se encontram todos na mesma energia, devido ao efeito que exercem esses ligantes. Portanto, existem alguns níveis com mais energia e outros com menos energia. Quando irradiado com radiação eletromagnética de frequência adequada, esta é absorvida, provocando a transferência de um elétron de um nível de energia mais baixo para um nível de energia mais alto. Dependendo da diferença de energia existente entre os dois níveis, que depende do tipo de complexo, absorverá uma frequência ou outra, e portanto será observado uma cor ou outra.

A cor do complexo depende da:
  • natureza do íon metálico, concretamente do número de elétrons nos orbitais d;
  • disposição espacial dos ligantes em torno do íon metálico (por exemplo, os isômeros geométricos podem apresentar colorações diferentes);
  • natureza dos ligantes.
Os complexos formados pelo zinco, que rigorosamente não é um elemento de transição, são incolores, pois os orbitais 3d estão completos e, por isso, os seus elétrons não podem passar para outros níveis energéticos.

 Carboneto metálico