quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Tabebuia avellanedeae - Ipê roxo

Tabebuia avellanedeae - Ipê roxo

  • A reclassificação recente do gênero Tabebuia colocou como mesma espécie a Tabebuia impetiginosa e a Tabebuia avellanedae, mas há discordância de botânicos brasileiros.É encontrada tanto na floresta pluvial atlântica como na semidecidual. Por vezes ocorre também no cerrado.Nativa dos estados brasileiros do Acre, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. 
Ocorre também na Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela, na América do Sul; em El Salvador, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá, ma América Central, e no México (América do Norte). Costuma viver em matas ciliares no cerrado, e em áreas perto de rios.
  • Árvore decídua, de crescimento rápido, com altura de 8 a 12 m, pode chegar aos 30 m no interior da mata. As folhas são compostas com 5 folíolos grandes, como a maioria dos ipês. São coriáceas ou subcoriáceas. 
O ipê-roxo é uma planta medicinal também conhecida popularmente pau-darco, tabebuia, ipê, ipê-preto, ipê-de-flor-roxa, flor-roxa, ipê-piranga, ipê-rosa, ipê-roxo-anão, ipê-uva, pau-d’arco-rosa, pau-darco-roxo, piúva, peúva, caboré, guaraíba e lapacho (devido a alta concentração da naftoquinona lapachol presente na planta). Inclui os sinônimos botânicosTabebuia impetiginosa, Tabebuia avellanedae, Tecoma impetiginosa, Handroanthus impetiginosus, dentre outros. Pertence a família Bignoniaceae. 
  • O ipê-roxo cresce em florestas tropicais e se encontra em extinção em seu habitat natural. A planta é nativa da América do Sul. A espécie Tabebuia avellanedae faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.
Os Ipês:
  • O ipê (ipê, em tupi-guarani, significa “árvore de casca grossa” e tabebuia é “pau” ou “madeira que flutua”) – muitas vezes chamado de “pau-d’arco” – possui propriedades medicinais, sendo a casca em estudo para tratamentos. É apreciado pela qualidade de sua madeira, além de servir para fins ornamentais e decorativos. 
A árvore do ipê é alta, podendo chegar até 30 m (na cidade, em locais abertos pode atingir cerca de 10 a 15 m.), bem copada e na época de floração perde totalmente as folhas para dar lugar às flores das mais variadas cores (brancas, amarelas, roxas ou rosa) com belas manchas coloridas.
  • É uma árvore originária do cerrado, não precisando de muita água, apenas no início do seu desenvolvimento. Floresce no período de julho a setembro e frutifica de setembro a outubro. Os diversos tipos de ipê recebem os nomes conforme as cores de suas flores ou madeira. Os que mais se destacam são: ipê-amarelo ou ipê comum, ipê-tabaco, ipê-branco, ipê-roxo ou ipê-rosa. 
Aprenda a identificar seu Ipê:
  • Amarelo: Folhas felpudas pequenas, em geral em formação de folhas por ramo. 
  • Roxo: Folhas lisas, às vezes serrilhadas na ponta, crescimento rápido. 
  • Branco: Folhas arredondadas. 
  • Rosa: Folhas grandes e suculentas, talos verdes e crescimento rápido. 
Ficha da Planta:
  • Ipê-Roxo 
  • Família: Bignoniaceae 
  • Gênero: Tabebuia 
  • Nome binomial: Tabebuia avellanedae 
É o primeiro dos Ipês a florir no ano, inicia a floração em junho e pode durar até agosto, conforme a árvore. Tem vários nomes populares como Ipê-roxo-da-mata, Ipê-una ou Pau D’arco, entre outros. Esta espécie se confunde bastante com outras também de flor roxa, como a Tabebuia impetiginosa e a Tabebuia heptaphylla, sendo considerado por alguns autores que a T. avellanedae e a T. impetiginosa seriam a mesma espécie.
  • São muito utilizadas no paisagismo urbano, por sua beleza e desenvolvimento rápido.Outros nomes populares: cabroé, graraíba, ipê-de-flor-roxa, ipê-piranga, ipê-preto, ipê-rosa, ipê-roxo-anão, ipê-uva, pau-d’arco, pau-d’arco-rosa, pau-d’arco-roxo, peúva, piuva.

Tabebuia avellanedeae - Ipê roxo

Uso medicinal:
  • O ipê-roxo é muito usado em medicina popular no combate de câncer e inflamações; o extrato da entre casca é depurativo e bactericida. Conhecida por lapachol, a substância tem o poder de inibir o crescimento de tumores malignos e, ao mesmo tempo, reduzir a dor. 
Da entrecasca faz-se um chá que é usado no tratamento de gripes e depurativo do sangue. A casca da espécie está entre os produtos amazônicos, com reconhecido poder medicinal, mais procurados.As folhas são utilizadas contra úlceras sifilíticas e blenorrágicas. A espécie também tem propriedades anticancerígenas, anti-reumáticas e antianêmicas.O ipê-roxo também é usado como recurso medicinal no estado do Mato Grosso para tratamento de diabetes mellitus. 
  • O ipê-roxo é utilizado na medicina popular do Peru desde a época do império Inca. É um laxante moderado. É usado na medicina alternativa para tratamento de câncer de pulmão, próstata e cólon e acredita-se que aumenta a produção de células vermelhas no sangue. Apresenta também ótimos resultados contra o parasita da malária. A substância química exibe atividade antibacteriana e efetividade contra bactérias Brucella. A planta é usada popularmente como pomada para lombriga. Embebida no pé para tratar pé-de-atleta e usada para qualquer infecção fungosa. Em doses controladas os ativos químicos do ipê-roxo podem revigorar o sistema imunológico, no entanto, doses altas poderiam ocasionar justamente o contrário. 
Cientistas americanos descobriram que uma substância extraída da casca do ipê-roxo (Tabebuia avellanedae) “mata” um certo tipo de célula cancerígena, indicou em 2008 um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.Segundo os pesquisadores do Centro Médico Southwestern, da Universidade do Texas, a descoberta pode abrir o caminho para um novo tratamento contra o tipo mais comum de câncer de pulmão. 
Um dos compostos tirados da casca da árvore, o “beta-lapachone”, mostrou promissoras características anticancerígenas. Cientistas já estão utilizando a substância em testes clínicos para examinar seu resultado contra o câncer de pâncreas nos seres humanos.
  • No entanto, até o momento ainda não se sabe como funciona o mecanismo que mata as células cancerígenas. “Basicamente, descobrimos o mecanismo de ação do beta-lapachone e uma forma de utilizar o remédio num tratamento individualizado”, disse David Boothman, professor do Centro Oncológico Integral Harold Simmons e autor principal do estudo. 
Em sua pesquisa, os cientistas determinaram que o composto extraído da casca da árvore interage com uma enzima identificada como NQ01, encontrada em células de câncer pulmonar e outros tumores sólidos. Nos tumores, a substância é metabolizada e produz a morte celular sem danificar os tecidos não cancerosos, diz o estudo.
  • A substância também altera a capacidade das células cancerígenas de reparar seu DNA, levando à sua morte. A radiação danifica o DNA das células, aumentando a presença de NQ01, segundo os cientistas. “Quando se dirige a radiação sobre um tumor, os níveis de NQ01 aumentam. Tratando as células com beta-lapachone, uma sinergia entre as duas substâncias leva a uma morte contundente” das células cancerígenas, disse Boothman. 
Indicações:
  • O ipê-roxo é usado para o tratamento de câncer de pulmão, próstata e cólon e acredita-se que aumenta a produção de células vermelhas no sangue. Em pesquisa realizada nos anos 1960 e 1970 pelo U.S. National Câncer Institute (Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos), ficou demonstrado que Tabebuia impetiginosa possui um efeito muito pronunciado sobre o câncer. Contudo, as doses orais da planta alcançam níveis consideráveis no sangue, causando alguns efeitos colaterais. 
Devido ao fato do ipê-roxo causar alguns efeitos colaterais, o uso do medicamento natural contra o câncer foi interrompido em alguns pacientes. O ipê-roxo possui lapachol, um pigmento amarelo cristalino, que inibe o crescimento de células tumorais, impedindo os tumores de metabolizarem oxigênio.

Contraindicações:

  • O uso excessivo pode soltar os intestinos e resultar na perda de células vermelhas do sangue, podendo causar anemia. A anemia geralmente resulta em fadiga, pele fria e pálida, batimentos cardíacos e padrões respiratórios anormais. Associado com o lapachol, alguns efeitos colaterais podem incluir tonturas, náuseas, vômitos e diarreia.
Outros Usos:
  • A árvore é muito usada em arborização urbana no sudeste e centro-oeste do Brasil. A madeira apresenta boa durabilidade e resistência contra organismos que dela se alimentam (xilófagos), sendo difícil de serrar ou pregar. Utilizada na construção civil, currais, acabamentos internos, instrumentos musicais e bolas de boliche. 
  • Da casca, são extraídos os ácidos tânicos e lapáchico, sais alcalinos e corante que é usado para tingir algodão e seda. 

Como os demais ipês, é uma árvore ornamental, cuja floração ocorre na estação seca (maio-agosto), época em que perde todas as folhas. A inflorescência é um panículo terminal, as flores que vão do rosa ao lilás duram poucos dias e fornecem alimento para insetos apícolas, aves e macacos. O fruto é um legume deiscente e as sementes são dispersas por anemocoria (pelo vento).

Handroanthus impetiginosus - Ipê roxo