quarta-feira, 25 de março de 2015

A Industria de papel e celulose

Fábrica de papel e celulose no sul da BA. Foto – Elói Corrêa-GOVBA

  • Os setores de papel e celulose caminham juntos, como era de se esperar, em virtude do seu intrínseco relacionamento, sendo aquele produto (papel) originário deste outro (celulose). Portanto, trataremos sempre como uma só indústria, a de papel e celulose, pois atualmente as grandes empresas produtoras de papel têm suas reservas florestais para sua própria produção de celulose, sendo a celulose do eucalipto, de fibra curta, a que melhor se desenvolveu em nosso país, em virtude do clima e da qualidade dos solos destinados a essa cultura. As raízes da indústria de papel e celulose brasileira estão no comércio de papéis realizado pelos imigrantes que aqui se estabeleciam.
De início não existia nenhuma produção de celulose em território nacional, portanto os papéis eram todos importados e vendidos aqui. Inicialmente o comércio era de papéis em geral, posteriormente passou para atividades ligadas à indústria gráfica de impressão e em seguida para a própria produção do papel.
  • As primeiras indústrias a se estabelecerem em território nacional entre os anos de 1885 e 1925 foram a Cia. Melhoramentos e a Cia. Fabricadora de Papel (formadoras do Grupo Klabin), a Fábrica de Papel Paulista Salto, a Indústria de Papelão Limeira (originadora do grupo Ripasa) e a Fábrica de Papelão Simão e Cia. (que originou o grupo Simão, este por sua vez adquirido pela Votorantim Celulose e Papel posteriormente) (SOTO, 1992).
Com a crise de 1929 o setor, que não era responsável pela principal atividade econômica do país, ficou em segundo plano, e acabou impactado negativamente pela recessão econômica que se instaurou, sendo sobretudo prejudicado pela proibição da importação de máquinas decretada pelo Governo até 193 7 e a formação de novas indústrias produtoras de papel.
  • Isso acabou por criar um oligopólio artificial que posteriormente pode ser colocado como um oligopólio natural já que as indústrias fabricantes de papel acabaram por verticalizar a produção, sendo ao mesmo tempo produtoras da celulose e de papéis;
Porém este processo está mudando atualmente, pois o movimento que está ocorrendo hoje é de separação entre a produção de papéis e a de celulose, isso em virtude do crescimento da demanda por celulose de fibra curta no mercado mundial, o que aumenta a necessidade de empresas exportadoras em larga escala de celulose, sendo a Aracruz Celulose a principal produtora de celulose de mercado atualmente.Estas dificuldades enfrentadas pelo setor acabaram por impulsioná-lo para realizar o processo de substituição de importações, iniciando a produção nacional de papéis e de pastas mecânicas e celulose semi-branqueada.
  • Em 1934 o Grupo Klabin iniciou a instalação da primeira fábrica de papel imprensa que também produzia uma parte da celulose de que dependia, iniciando o processo de verticalização da produção, característico do setor.
Já em 1950 o Brasil se tomou auto-suficiente na produção de papéis, exceto papéis especiais de imprensa, porém, importava cerca de 70% da celulose de que necessitava. Nesta mesma década no mercado internacional começam a surgir dúvidas quanto à capacidade de abastecimento do mercado de produção de papéis, que se encontrava em plena expansão, por parte das regiões produtoras da celulose de fibra longa, extraídas das florestas de coníferas (pinnus) das regiões temperadas. Neste sentido o mercado volta suas atenções aos países onde as florestas de eucalipto se fazem presentes, pois já existiam estudos que mostravam a possibilidade de extração de celulose deste tipo de reserva, sendo necessária uma maior investigação sobre esta hipótese (PALADINO, 1985).
  • A produção de celulose de fibra curta no Brasil saltou de 1.590 ton. em 1950 para 51.900 ton. em 1956 em virtude da capacidade florestal de eucaliptos já instalada no estado de São Paulo para abastecimento do setor de transportes ferroviários, que acabou por diminuir drasticamente seu consumo quando surgiram as locomotivas com motores movidos à óleo diesel e com tração elétrica. Com isso o impulso inicial para que o país se tomasse um dos maiores produtores mundiais de celulose de fibra curta estava dado, e tal impulso foi responsável pela redução das importações de celulose de 73,7% do consumo aparente em 1950 para 28,8% em 1960 (SOTO, 1992 e PALADINO, 1985).
O primeiro papel do mundo produzido com celulose de fibra curta foi concebido através de um projeto do grupo Klabin que se iniciou em 1955 e foi finalizado em 1961 quando foi apresentado ao mercado um papel com baixa resistência mecânica, porém com uma enorme qualidade para impressão.
  • Na década de oitenta a indústria de papel e celulose alcançou a maturidade e consolidou sua auto-suficiência florestal com a produção interna e o reflorestamento com técnicas compatíveis com as melhores do mundo.
Distribuição da produção na década de noventa:
  • Com base em publicação da empresa de consultoria Hawkins Wright, no final da década de 90 comercializava-se quase US$ 90 bilhões em produtos de papel e celulose, o que corresponde a uma produção estimada de 27 milhões de toneladas destes insumos (MDIC, 2006).
No início da década de noventa, 78% da demanda por celulose no mundo era suprida por países produtores da Europa e América do Norte, porém essa porcentagem diminuiu ao final desta década para 69% em virtude do aumento da participação neste mercado por parte dos países da Ásia e América do Sul, passando de 15% para 20,5% no primeiro continente e de 4,5% e 6,5% para o segundo.
  • A diminuição da participação dos países europeus está relacionada principalmente com a queda da produção dos países do leste europeu, conforme a tabela acima. O aumento da participação da Ásia, por sua vez, se deve ao crescimento da produção chinesa e indonésia. Um outro ponto a ser destacado é que o consumo aparente em países como o Japão, Estados Unidos e Canadá apresenta-se estagnado, sendo estes países grandes consumidores de produtos de papel e celulose, enquanto na América Latina e Ásia este consumo apresenta grandes taxas de crescimento.
Conforme verificamos no quadro abaixo os Estados Unidos são responsáveis pela produção de aproximadamente 30% da demanda mundial por celulose, seguido pelo Canadá, China, Finlândia, Japão e Suécia. O Brasil ocupa a sétima colocação neste ranking, porém devemos ter em mente que neste quadro está sendo considerada a produção de pastas e celulose de todos os tipos, porém, quando consideramos apenas a celulose de fibra curta proveniente do eucalipto, o Brasil detém a primeira colocação, sobretudo em virtude do seu processo extremamente eficiente, inclusive nas etapas base, como o ativo florestal e o processo de reflorestamento. A demanda por celulose branqueada de eucalipto cresce fortemente nos últimos anos, o que alavanca os negócios por aqui e impulsiona as pesquisas e desenvolvimento para atingir níveis de qualidade e processo exigidos no mercado mundial, sobretudo a alta qualidade de impressão exigida para os papéis de impressão produzidos com celulose de fibra curta.
  • A produção de celulose destinada ao mercado e não ao próprio consumo tem seu produto chamado de celulose de mercado. Esta produção saltou de 28 milhões de toneladas no início da década de noventa para 41 milhões ao final da década. Deste total de produção, cerca de 56% são celulose de fibra longa proveniente das florestas de coníferas localizadas nas regiões temperadas, enquanto a produção de celulose de fibra curta representa o restante. Segundo a consultoria Jaakko Pory a celulose de fibra curta produzida com o eucalipto representa cerca de 35% do consumo mundial. O restante desta porcentagem é produzido com outras madeiras extraídas de florestas tropicais e temperadas (UNICAMP- !E- NEIT, 2003).
A produção de celulose de fibra curta vem se transferindo para o hemisfério sul gradativamente em virtude das grandes vantagens naturais e do aumento da tecnologia dos processos em virtude dos grandes projetos de inovações genéticas para melhor seleção de matrizes, como o projeto do Genoma do eucalipto idealizado pela Aracruz Celulose. Neste hemisfério também estão instaladas atualmente as grandes unidades produtoras deste tipo de celulose como a VCP, Bahia Sul, Cenibra, Aracruz, Jari, Ripasa e Santa Fé, na América Latina, e Donghae, Perawang, Indorayon, Indah Kiat, Riau e Phoenix na Ásia do Pacífico.
  • Além disso, o crescimento do comércio da celulose de fibra curta, sobretudo a produzida com o eucalipto, tem aumentado gradativamente a taxas maiores do que a do comércio de celulose de fibras longas. Enquanto na década de noventa a oferta de celulose de fibra longa crescia à taxa de 2,5% a.a., a de celulose de fibra curta expandia-se à taxa de 4,6% a.a.
Conforme foi dito anteriormente o Brasil tem o maior market share de celulose de fibra curta destinada ao mercado, conforme pode ser visto na tabela abaixo. Em 2001 a participação brasileira era de 19,4% da capacidade produtiva, seguido pelos Estados Unidos e Indonésia com cerca de 15% cada um e o Canadá com 10% (UNICAMP- IE - NEIT, 2003).
  • Com os investimentos realizados na década de noventa as perspectivas são de atingir um montante de US$3,8 bilhões em exportações ao ano a partir de 2005, com perspectivas de aumentar este valor a cada ano segundo Boris Tabacof, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Papel e Celulose (Bracelpa) no ano de 2001. No entanto as queixas do setor se devem ao fato de que cerca de 20% a 25% do custo dos investimentos é recolhido para pagamento de impostos. Neste sentido o setor espera que o governo crie incentivos fiscais e fundos de financiamentos especiais para atender aos grandes montantes de investimentos necessários para o crescimento do setor dados o crescimento da demanda mundial por celulose de fibra curta e as vantagens competitivas existentes no país.
Podemos colocar a cadeia produtiva da indústria de papel e celulose da seguinte maneira: a primeira etapa é a produção da madeira, que pode ser através de novas plantações, plantações já existentes e maduras, uma vez que o eucalipto pode rebrotar até três vezes, ou locais de reflorestamento. Em seguida ocorre o processo de produção de energia seguido pela produção de celulose e papel. Podemos colocar as seguintes etapas como opcionais, que ocorrerão ou não, de acordo com a finalidade da produção, a conversão em artefatos de papel e papelão, a reciclagem do papel e produção gráfica e editorial. Finalmente temos o comércio, distribuição e transporte dos produtos.
Dada esta composição estrutural, podemos concluir que os investimentos que ocorrem no setor não se limitam a ele, e acabam por criar um efeito multiplicador da renda de modo a atingir diversos setores como o estímulo à produção de bens de capital e a construção civil, gerando empregos em todas as etapas da cadeia produtiva. Outras centenas de novos empregos são criadas nos pólos/cidades ligadas ao setor. Estima-se que o número de trabalhadores ligados às atividades do setor de papel e celulose supere um milhão de pessoas (MDIC, 2006).
  • A produção nacional de celulose de fibra curta do eucalipto corresponde, aproximadamente, à metade da produção mundial desse tipo de fibra. Os demais ofertantes encontram-se nos seguintes países: Espanha, Portugal, Chile, Argentina, Tailândia, África do Sul, Marrocos e Noruega. O Brasil conta com seis produtores de maior peso, responsáveis por mais de 90% da celulose de mercado aqui produzida, cuja quase totalidade é branqueada (98%). A fabricação de papel no Brasil, em sua maior parte, é realizada pelas fábricas integradas. As não-integradas consomem apenas cerca de 18% da produção nacional de celulose destinada ao mercado. Em 1999, o valor das importações brasileiras de celulose atingiu US$ 18 8 milhões, o que representou um aumento de 7% em relação a 1998. As exportações somaram US$ 1.244 milhões (aumento de 19% em relação a 1998), gerando um superávit de US$ 1.056 milhões, com aumento de 1% em relação a 1998. O preço médio das exportações em 1999 (US$ 400/t) foi 7% superior ao praticado em 1998. A tabela 5 apresenta os volumes de celulose importados e exportados pelo Brasil em 1999. (SOUZA, 200x)

Programa busca o uso sustentável da biodiversidade e alia a preservação do meio ambiente à responsabilidade social.

Distribuição do setor de Papel e Celulose no Brasil:
  • Em relação à distribuição geográfica das florestas plantadas, os três estados com a maior área plantada são: São Paulo, Bahia e Paraná. Eles representam sozinhos 64% de toda a área plantada brasileira. A área imobiliária total em posse das empresas do setor, em 2005, totalizava 5.463 mil hectares. Os estados com maior proporção de área reflorestada em relação ao seu território são o do Espírito Santo, com 3,5 %do total de seu território, Santa Catarina, com 1,8% do território, o estado de São Paulo, com 1,4% e o estado do Paraná, com 1,3% do seu território, dados de 2005. No Brasil como um todo a área reflorestada pelo setor de papel e celulose representa em média 1,2% do seu território (IBGE, 2005).
Em virtude da necessidade de grandes áreas disponíveis para o plantio do eucalipto, a atividade de produção de celulose e consequentemente do papel acabam por se direcionar para locais distantes dos centros urbanos, primando por sua vez localidades próximas a portos e terminais aduaneiros em virtude do direcionamento da produção para o mercado externo. Isso acaba por ajudar regiões menos dinâmicas, gerando emprego e renda. Hoje a atividade florestal ligada ao setor de papel e celulose atinge cerca de 281 municípios brasileiros. A produção de papel e celulose é uma atividade que gera desconcentração industrial e induz o desenvolvimento em regiões menos dinâmicas. Os projetos florestal-industriais têm sido criados próximos a maciços florestais plantados, normalmente localizados em regiões distantes dos centros urbanos (MDIC, 2006).
  • No que se refere às plantações de eucalipto, as principais áreas em 2005 estavam localizadas no interior do estado de São Paulo (28,5%), no extremo sul da Bahia (22%), Sudeste de Minas Gerais (13%) e no Norte do Espírito Santo (11 %). As maiores plantações de pinheiros estão localizadas no Paraná (44%) e Santa Catarina (25%) (IBGE, 2005). Além disso, a cada ano expandem-se as plantações ligadas a grandes projetos ainda em instalação. A necessidade de aumento das áreas plantadas das empresas, de forma a atender ao crescimento da demanda, seria em média de 120 mil hectares ao ano, o que representa uma incorporação de 1,3 milhão de hectares até o ano de 2009 (MDIC, 2006).
A localização da produção industrial está diretamente ligada à concentração dos ativos florestais das empresas. Isto ocorre, pois a localização da indústria depende da disponibilidade de áreas florestais a uma distância razoável para não aumentar demais os custos com transportes. Segundo dados da FUNCEX (2001), os cinco maiores produtores são responsáveis por 72% da área de florestas industriais. Ao contrário do que acontece no Norte da Europa e na América do Norte, a figura do cultivo familiar de áreas florestais é ainda insipiente no Brasil - as florestas industriais são basicamente ativos das empresas do setor.
  • A produção de celulose paulista equivale praticamente à do Chile. O estado é o 12° fabricante mundial desse produto. No ranking dos fabricantes mundiais de papel, São Paulo ocupa a zoa posição, com uma produção de 3.582 toneladas em 2002. São Paulo conta com 340,2 mil hectares de área de reflorestamento (22% do Brasil), equivalentes 1,4% de sua área total (MDIC, 2006).
As perspectivas de crescimento do setor são grandes, em virtude da enorme competitividade de preços que a celulose do eucalipto encontra no mercado mundial;Vantagem esta relacionada à grande produtividade da cultura do eucalipto quando comparada à do pinnus, pois seu ciclo bem menor de crescimento, sua aceitação em solos de baixa qualidade, e seu auto-reflorestamento por três vezes quando cortado, definem com excelência o porquê dessa vantagem de custo.
  • Concluindo, o setor de papel e celulose foi um dos que acompanhou o nascimento da indústria brasileira, com tradição e com grandes perspectivas de crescimento, pois está em primeiro lugar no ranking mundial dos produtores de celulose de fibra curta.
Investimentos recentes no Brasil:
  • Os investimentos projetados e em andamento no início da década atual alcançam o montante de US$3,0 bilhões, sendo que a previsão de investimento para o período de 1997-2005 era de um total de US$10,8 bilhões para o setor de papel e celulose, sobretudo na expansão das fábricas de papéis atuais, e de ativos florestais destinados à produção de celulose de mercado, o que deverá ocasionar um salto de capacidade produtiva de 55% para o setor de P&C4. Ainda assim existe a necessidade de um crescimento de aproximadamente 1,5 milhão de hectares em plantios de eucalipto para suportar o crescimento esperado da demanda para os próximos anos no médio e longo prazos (MDIC, 2006).
Todas as indústrias de papel e celulose do Brasil ou instaladas aqui colocam em operação em 2007 novos projetos visando aumento de capacidade produtiva, algumas adquiridas em 2006 e outras em fase final de implementação. Os investimentos das quatro seguintes empresas que anunciaram seus balanços patrimoniais até o presente momento - Intemational Paper (IP), Klabin, Votorantim Celulose e Papel (VCP) e Aracruz- somam R$ 5,1 bilhões em 2007, que serão investidos também em expansões de unidades recém-compradas para aumentar a produção de papel e celulose.
  • O motivo de tanto otimismo é a demanda crescente por papel de celulose de eucalipto no mundo todo e um reaquecimento do mercado interno, principalmente, em papel para embalagens. A Klabin investirá em 2007 um valor maior que R$ 1 bilhão, segundo Ronald Seckelmann, diretor financeiro da empresa. O montante inclui mais uma parte dos R$ 2,2 bilhões que serão aplicados na ampliação da fábrica em Monte Alegre (PR). Parte deste montante para investimento deverá provir de uma linha de crédito de R$ 1,74 bilhão que a empresa tem disponível junto ao BNDES para o projeto de Monte Alegre.
Segundo a Votorantim Celulose e Papel, a previsão é investir este ano R$ 550 milhões na ampliação da produção e da área florestal. O investimento prepara terreno para um aporte de US$ 1,2 bilhão que será feito no Rio Grande do Sul entre 2009 e 2011. A diretoria da empresa foi até a governadora gaúcha Yeda Crusius no início deste ano para garantir que sua licença ambiental saia dentro do esperado para não ocorrerem atrasos.
  • A International Paper (IP), que acaba de assumir uma fábrica de papel da VCP em Mogi Mirim - SP investirá cerca de R$ 3 bilhões este ano para não apenas ampliar a capacidade de produção como também para reestruturar toda a empresa e tomá-la mais forte no mercado de papel.
A decisão chinesa de se tomar auto-suficiente na produção de papel para indústria gráfica está refletindo na forma como se dará a consolidação das empresas brasileiras da indústria de celulose, já que o gigante asiático está se tornando o grande comprador do insumo e é preciso ter escala para negociar com tal gigante.
  • Segundo relatório da Aracruz Celulose, esta deve ampliar sua produção no Rio Grande do Sul e na Bahia para passar da produção atual de um total de 3,5 milhões de toneladas de celulose para 5,5 milhões na próxima década.
A VCP também determinou seu maior interesse pelo produto celulose e por isso deve possivelmente unir~se à Aracruz, por exemplo, como esperam os analistas do mercado. A transferência do controle da unidade de papéis especiais em Embu (SP) da Ripasa para Suzana Papel e Celulose, anunciada há poucos dias, é um sinalizador da opção das empresas.
  • Seguindo esta realocação de recursos a VCP vendeu para a Suzana a sua participação nos ativos para fabricação de papel da Ripasa, após a realização da joint venture com a International Paper para a compra daquela. Já a Suzana pretende se consolidar no mercado como um grande fornecedor de papéis de imprimir e seguir também com a expansão da sua produção de celulose de mercado de acordo com o excedente alcançado a cada ano após a utilização de seus recursos internamente (GAZETA MERCANTIL, 2007).
Os interesses internacionais no mercado brasileiro também se fazem presentes neste cenário de crescimento. Um exemplo disso é o anúncio por parte do grupo finlandês Ahlstrom de uma joint-venture com a Votorantim Celulose e Papel já em vigor a partir de maio deste ano, na intenção de produzir papéis especiais internamente, já que a Ahlstrom é uma grande fornecedora destes tipos de papéis na Europa. Essa joint-venture inclui uma máquina de papel com capacidade para produzir 110 mil toneladas ano, máquina esta que era de propriedade da VCP (REUTERS, 2007). Segundo informações do próprio grupo, a Ahlstrom espera para este ano uma expansão de cerca de 3% a 4% no mercado global de etiquetas e papéis de embalagem, sendo que na América Latina esta previsão muda para a casa dos dois dígitos (REUTERS, 2007).
  • A empresa Bahia Pulp iniciou neste ano a importação de oito máquinas para a preparação química de pasta de celulose, chamadas de digestores. A empresa é a única no Brasil capacitada para a produção de celulose solúvel branqueada livre de cloro. Os testes com os novos equipamentos devem ocorrer no mês de agosto deste ano. O investimento total realizado na fábrica atinge o valor de US$400 milhões, sendo que a capacidade produtiva deve triplicar frente às atuais 365 mil/ton. ano, estando prevista a conclusão do projeto para setembro ou outubro deste ano. 
A empresa gera atualmente 450 empregos diretos e mais 3.000 empregos indiretos considerando-se as atividades florestais, sendo que os empregos diretos deverão subir para 650 postos com a expansão da fábrica (REUTERS, 2007).

Pesquisa e Desenvolvimento em clones de eucalipto e técnicas de manejo são o presente e o futuro no crescimento das indústrias de base florestal