sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Os transportes e a emissão de CO2

A falta de investimentos em suas ferrovias levou o Brasil a um grande caos: 
o excesso de caminhões e carretas nas rodovias. 

  • O caminho para uma melhor qualidade de vida passa pela valorização do ambiente natural de que nós usufruimos, o que, necessariamente, implica numa revisão dos nossos procedimentos ou postura com relação à natureza, o que poderia ser considerado um processo de reeducação ambiental, nela incluída a consciência dos valores naturais e da necessidade do seu uso adequado. 
Certamente, foi o nosso atual padrão de vida médio (há padrões diferenciado nos países mais desenvolvidos), sustentado por uma produção maciça de bens de consumo, quem ocasionou atual problema do aquecimento do nosso Planeta, na prática identificado pelo aumento da sua temperatura anual (média). 
  • A notícia boa é que nas não é necessário que baixemos o nosso padrão de consumo para que esse problema seja equacionado. Se fosse necessário para todos, seria injusto para os menos favorecidos. A questão é muito mais a forma como produzimos aquilo, por exemplo, com o que nos alimentamos, como construímos o conforto do nosso lar, como fazemos funcionar as nossas cidades, entre outras coisas. 
Em resumo, é o crescimento das nossas economias que precisa ser recomposto à luz da sustentabilidade. O conceito de desenvolvimento sustentável veio para harmonizar crescimento com maior qualidade ambiental. 

Tendência; 
O que fará mudar a atual situação de aquecimento:
  • A reversão do aquecimento do nosso Planeta passa necessariamente por dois fatores de naturezas distintas: a retomada das políticas públicas e pela agregação de tecnologia ao Setor de Transportes Em alguns casos, eles dois fatores se sobrepõem. 
As políticas públicas devem sustentar um maior uso dos meios de transporte menos poluentes em detrimento dos mais poluentes e resolver os principais problemas de poluição dos transportes em geral, como o de passageiros dos grandes centros urbanos, em que há um excessivo número de veículos de passeio nessas áreas, muitos subutilizados, que ocasionam grande impacto na atmosfera.  Uma ação quanto aos congestionamentos nos grandes centros urbanos tem sido a restrição de acesso moderado à essas localidades. 
  • Outra questão de políticas públicas é a revisão ou alteração da matriz de transporte nos países em que essa matriz apresenta concentração nos transportes rodoviários, como o Brasil, o fomento à introdução de fontes alternativas de combustíveis não fósseis, entre outras linhas para essa questão. Essa revisão já está acontecendo no mundo todo.
Algumas soluções não podem ser atribuídas exclusivamente a uma nação, pois são de âmbito geral. Nessa vertente, a agregação de tecnologia aos veículos de transporte, terrestres e marítimos, que incluirá uma melhor combustão dos motores de propulsão, pela maior eficiência na queima de seu combustível, o uso de combustíveis alternativos aos fósseis, uma menor presença de substâncias tóxicas ou poluentes nesses combustíveis, como o chumbo e o enxofre, e outros avanços na qualidade desses meios de transporte e de seus insumos de uma maneira geral. 
  • Na área de distribuição de mercadorias, um melhor uso das cadeias logísticas de transporte e, complementarmente, da otimização do uso dos espaços nos veículos, tanto para carga como para passageiros, diminuirão os efeitos da poluição pela redução da emissão de efluentes gasosos com efeito estufa, sem que haja, necessariamente, retrocesso no desenvolvimento das economias regionais, nacionais e internacional. 
Na navegação, a redução da velocidade de cruzeiro dos navios também não é uma variável totalmente descartada dessa equação de minimização dos danos ambientais. Estuda-se ainda uma melhor arquitetura para as embarcações que proporcione um melhor deslize 
  • Mas, a grande mudança nesse sentido se dará pela substituição do combustível fóssil como o principal propulsor dos motores à combustão dos veículos de transporte por outras fontes de geração de energia motora. O carro elétrico será uma realidade comercial ainda neste decênio. A embarcação com motor híbrido, combustível fóssil e elétrico, por exemplo, vem sendo introduzida por sua vez no transporte marítimo. 
O Setor Transporte e a emissão de gases de efeito estufa:
  • O transporte de passageiros por automóveis, o de carga por veículos terrestres e marítimos e o aéreo em geral estão aumentando cada dia em todo o mundo, em função do crescimento da economia mundial. Os meios de transporte emitiram 36% a mais gases para o efeito estufa em 2000 do que em 1990. A crescente mobilidade (circulação) de pessoas e mercadorias é o que causou esse aumento. 
O comércio internacional, associado ao estilo de vida das pessoas, está vinculado significativamente à emissão de gases de efeito estufa. O crescimento urbano desordenado (densidade populacional) e a abundância de capitais têm encorajado cada vez mais as pessoas à comprarem veículos automotores. O transporte aéreo, antes somente frequentado pelos ricos, tem se tornado um meio de transporte utilizado por muitos. 
  • As milhas viajadas por passageiros têm aumentado constantemente e espera-se chegar ao topo das expectativas nas próximas décadas. Vale salientar que a emissão de gases pelo transporte marítimo internacional e pelo transporte aéreo não pode ser atribuída às nações individualmente, ficando, portanto, fora do protocolo de Kioto, não cabendo nenhuma meta para a sua redução. Desde 1950, muitas nações têm se utilizado do transporte rodoviário. 
Nos Estados Unidos, 92% das residências possuem pelo menos um carro. Lá, as milhas por veículo aumentaram 3.6% (anualmente) entre 1984 e 2001, fazendo desse transporte terrestre nos Estados Unidos o segundo maior agente na emissão de gases de efeito estufa naquele país.  Sua participação no efeito estufa global é de 35%. O investimento pesado que se faz na infra-estrutura rodoviária dificulta a mudança deste cenário. 

O Transportes rodoviários

Como muda a Navegação com relação ao efeito estufa:
  • A Navegação está cada vez mais internacionalizada, com o controle das linhas de navegação por grandes grupos financeiros. Portanto, nesse contexto, é a Organização Marítima Internacional que está guiando o setor para as grandes transformações rumo à um produto de transporte menos poluente. 
São as Convenções da IMO, em Particular a de Gestão de Água de Lastro e Sedimentos das Embarcações, a da Poluição Marítima causada por Navios, a Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar, Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos de Navios, 
  • Prevenção da Poluição Causada por Navios e a de Prevenção de Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e outras matérias (de Londres) que ditam as regras da proteção dos mares, oceanos e outros ambientes marinhos. 
A embarcação e o conseqüente transporte aquaviário são fatores de poluição dos ambientes naturais, razão pela qual, dentro de um contexto de consciência ambiental e qualidade de vida, deles cobra-se uma atitude de combate à poluição, independente do grau desta em relação à outros modais concorrentes. 

O que mudar e para o que mudar no Brasil:
  • Muito embora não seja o setor produtivo que mais contribui para o efeito estufa, o Setor Transportes, e nele está incluído o Rodoviário, deve buscar a sua sustentabilidade, agregando tecnologia e sendo melhor planejado pelos governos.
Na Navegação, guiada pela ações nesse campo da IMO, busca-se internacionalmente melhorar o desempenho das embarcações, tanto na parte de arquitetura do casco, no funcionamento dos motores, na introdução de novos equipamentos propulsores, no uso de combustíveis menos poluentes, e até mesmo, no uso mais adequado dos espaços para carga e passageiros, otimizando os deslocamentos marítimos. Isso se dará em todos os países mais ou menos desenvolvidos.
  • O planejamento do Transporte em nosso país deverá considerar cada vez mais a variável ambiental nos seus projetos estratégicos, em especial quando do deslocamento dos corredores de exportação de grãos para o Norte e Nordeste, um fato irreversível, tirando esses fluxos intensivos de carga dos grandes centros urbanos do sul e sudeste, seguindo na direção da priorização dos transportes de massa e de baixo custo ambiental.
Nessa questão o transporte aquaviário, nas vias costeiras, oceânicas e interiores, são imbatíveis para as médias e longas distâncias, se comparado com os outros modais. Esse modo de transporte é de baixo impacto ambiental, necessitando de poucas intervenções no meio ambiente. 

Outras Considerações: 
  • Há um aspecto na questão da poluição atmosférica que foge ao comando do país, que diz respeito aos regramentos internacionais que a Navegação, mas do qual ele é parceiro, quando participa da formulação das diretrizes e procedimentos nesse sentido pela IMO, da qual é parte integrante. 
A IMO está alterando perfil da navegação pela reduzir a emissão de poluentes, estabelecendo indicadores de emissão de gases de efeito estufa e outros. Isso determinará agregação de tecnologia às embarcações, especialmente aos motores propulsores e seus combustíveis. 
  • Cabe-nos um papel relevante em apoiar essas diretrizes e mais, estabelecer políticas de transportes que privilegie o transporte menos degradante do meio ambiente. Para isso há que se rever a sua matiz de transportes, para que o modal aquaviário tenha maior preponderança. 
O uso das vias interiores para o transporte de carga deve ser incentivado. Dentro das políticas públicas, o Brasil deve retomar a discussão do transporte de massa de passageiro entre os grandes centros urbanos e neles como fator de redução da poluição atmosférica, além de melhorar o tráfego nesses centros. Os congestionamentos devem ser combatidos energicamente. Complementando, no âmbito geral, um melhor planejamento, uma melhor gestão e operação dos transportes devem ser perseguidos. 
  • Otimizar os percursos e os espaços de carga são fatores importantes. Nesse sentido, os veículos de transporte tendem a ser maiores, de maior porte de carga e mais velozes. Os portos devem se preparar para essas demandas em terra e no meio aquático.

Os Transportes são considerados os grandes vilões das emissões de 
gases do efeito Estufa